GABRIEL TINOCO
Dois dias antes do prazo final para o pagamento do Proedi (Programa Municipal de Editais de Fomento e Difusão Cultura), o secretário de Cultura, José Facury, admitiu ter deixado o cargo à disposição. Facury diz que não conseguia dialogar com o movimento #OcupaPrefeitura, mas foi convencido a não abandonar a pasta pelo prefeito Alair Corrêa (PP). Em entrevista à Folha, ele afirmou que não há data prevista para a publicação do edital deste ano, mas que deseja mudar o formato da próxima edição.
Folha dos Lagos – É verdade que você pediu exoneração e o prefeito não quis?
Facury – Estão sabendo mais do que eu. Disponibilizei o meu cargo porque não obtive sucesso no diálogo com a manifestação pública na praça. Conversei com o prefeito, que disse que a culpa não era minha e para que eu não me preocupasse com isso. Ele disse que a causa disso tudo foram os problemas financeiros enfrentados pela cidade, que, consequentemente, atrapalharam o cumprimento dos prazos que o governo determinou.
Folha – Quando será lançado o edital deste ano?
Facury – Ainda não há nenhuma data prevista. Primeiramente, resolveremos o pagamento do Proedi referente ao ano passado para depois pensarmos no próximo. Não tem nada resolvido ainda.
Folha – Como será o formato do próximo Proedi?
Facurry – Estou fadado a trabalhar não com prestação de contas, mas com uma premiação. Essa proposta foi retirada da Comissão Cabo Frio 400 anos. Vamos abrir um prêmio, que é o mesmo processo que um edital. Atualmente, o Proedi é divido em faixas que as pessoas concorrem com projetos. Nesse projeto que estou pensando, haveria uma indicação de premiação de eventos mais tradicionais da cidade e a comissão escolheria os mais significativos.
Folha – Após os últimos acontecimentos, a pressão no cargo ficou muito grande?
Facury – Veja bem, não é só a Cultura em Cabo Frio que passa por uma crise. Aliás, não é só a cidade que passa por um mau momento. É o Brasil inteiro que está em crise. O PCCR (Plano de Cargos Carreira e Remuneração) ainda colocou uma pressão imensa no governo. Porto Alegre, por exemplo, está parcelando o pagamento dos funcionários. Cabo Frio não chegou ainda nesse ponto. A máquina pública vive de arrecadação.
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