Após um dia de manifestações contra a estadualização do Ensino Médio em Cabo Frio, o debate marcado na sede do Ministério Público foi adiado para amanhã: Será às 14h, no auditório da Prefeitura. A medida foi tomada para que estudantes, membros da sociedade civil, vereadores e imprensa possam acompanhar a reunião de perto.
O prefeito Marquinho Mendes esteve presente e se mostrou mais flexível a não entregar turmas às competências do Estado.
– Vamos analisar tecnicamente. Nosso dever não é com o Ensino Médio. Mas, se tiver possibilidade, assumo a responsabilidade. Mesmo que capenga. Sempre queremos colocar a Educação como prioridade. É um problema a discutir com o Ministério Público. Só garanto que não vou ser penalizado por isso – declara.
Enquanto isso, a Rua Francisco Mendes era tomada por estudantes que cantavam gritos contra o fechamento do Colégio Rui Barbosa. Os manifestantes carregavam faixas e cartazes contra a estadualização.
Os vereadores Rafael Peçanha (PDT), Aquiles Barreto (SD), Vanderlei Bento (PMB), Alexandra Codeço (PRB), Miguel Alencar (PPS) Adeir Novaes (PRB) e Jeferson Vidal (PSC) ficaram do lado de fora do Ministério Público por falta de espaço.
No início da manhã de ontem, estudantes também estiveram na porta da Secretaria de Educação para pressionar o governo a voltar atrás. A titular da pasta, Laura Barreto, tentou convencer aos manifestantes que haveria um gestor administrativo para garantir que o Ensino Médio não perderia em qualidade. Sem sucesso.
– É muita mentira. Estão dizendo que o Estado vai dar conta das suas funções constitucionais e que o Município terá um regime de colaborações se os alunos reclamarem. Estão dizendo que vão dar estrutura. Estou cansada de tanta mentira – reclamou a professora Denize Alvarenga.
A diretora Márcia Marques lamenta a falta de diálogo com a secretaria.
– Não querem negociar. Disseram que vão acabar e pronto. Só nos cabe lutar. A sociedade vai querer estudar no Célula Mater? Porque não tem vaga pra todo mundo no Miguel Couto – diz a diretora.
Os manifestantes acusaram o governo de tomar uma posição autoritária.
– Nossa secretaria está pautada pelo diálogo. Tanto que eu marquei essa reunião no Ministério Público. E estamos presentes. Não há sentido algum em me chamar de autoritário – rebate Marquinho.
O estudante Gabriel Baptista, 18, estava na manifestação: ele destaca a importância do colégio municipal na formação dos moradores.
– É importante para a cidade e pelos alunos. Veja quantos formadores de opinião, quantas pessoas importantes saíram do Rui – afirma.