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Cultura

Cultura faz tomada de contas para saber onde estão mais de R$ 540 mil em bens

Atual secretário diz que não houve transição e antigos gestores rechaçam suspeitas

20 junho 2017 - 09h29Por Rodrigo Branco I Foto: Reprodução
Cultura faz tomada de contas para saber onde estão mais de R$ 540 mil em bens

A Secretaria Municipal de Cultura de Cabo Frio acaba de abrir uma tomada de contas para saber o paradeiro de vários itens de patrimônio pertencentes à pasta e que não foram encontrados após a mudança de gestão, em 1º de janeiro. A instauração do processo foi publicada no jornal que veicula os atos oficiais do governo municipal. Segundo levantamento feito pela secretaria, o valor dos bens não localizados totaliza R$ 547.687,90, mas essa quantia pode subir ainda mais.

De acordo com o secretário Ricardo Chopinho, como não houve transição de governo, a auditoria foi baseada em inventário feito com os itens adquiridos até 2012, último ano da gestão anterior do atual prefeito, Marquinho Mendes (PMDB). O que não foi encontrado entrou no relatório com o valor de compra à época da aquisição. Com a correção monetária feita em Ufir, Chopinho acredita que o montante, atualmente, ultrapasse R$ 1 milhão.

– O prefeito deu ordem para que todas as secretarias levantassem o seu patrimônio. O governo quando sai tem que deixar a listagem com o que fica. Como não foi feita transição, fizemos por conta própria. Não é perseguição política, é um rito burocrático que não fizeram. Não quero responsabilizar ninguém, quem vai fazer isso é a Justiça – explica Chopinho.

O processo está a cargo do controlador-geral do município, Silas Nunes da Cunha. Os antigos gestores da pasta podem apresentar defesa, com a apresentação de documentos, dentro de um prazo de dez dias.

Procurado, o secretário que ocupou o cargo na maior parte da gestão de Alair Corrêa, José Facury Heluy, manifestou-se sobre o assunto. Embora tenha evitado aprofundar-se na questão, Facury questionou os critérios para chegar ao valor e foi taxativo ao afirmar que nada sumiu ou foi destruído durante a gestão. Ele salientou ainda que não houve passagem oficial de uma listagem de bens, quando assumiu a pasta, em 2013.

– Assumi em janeiro de 2013, e o governo anterior não nos fez inventário de nada da Cultura. Entreguei o cargo em dezembro de 2015 e os dois secretários (Alfredo Gonçalves e Walcir Alegre) que me sucederam em 2016, pelo que soube, também não inventariaram nada. Porém como continuei na secretaria, pois sou funcionário efetivo da prefeitura, só vendo a listagem dos que acusam para dizer alguma coisa – comentou o ex-secretário, dizendo que no ano passado apenas administrou ‘o caos’.

Ex-secretários de Esporte na gestão Alair, Alfredo Gonçalves e, depois, Walcir Alegre acumularam a pasta da Cultura no fim do mandato. Alfredo disse que os atuais gestores têm que especificar o que está faltando e buscar os responsáveis.

– Quando assumimos pegamos a pasta do Facury com muita dificuldade. Assumimos apenas por assumir e ainda assim deixamos o legado da restauração da Biblioteca que foi iniciativa da nossa gestão.

Walcir foi ainda mais sucinto.

– Não tenho o que dizer porque assumimos apenas por cinco meses. Quando assumimos já estava tudo daquele jeito– resumiu.