Nicia Carvalho
‘Prevenir é melhor que remediar’. Ao que parece, o velho ditado está mais atual do que nunca. Quem não deseja ser pego de surpresa e dar de cara com uma farmácia fechada ao sair no meio da noite para comprar remédios deve manter a caixa de medicamentos abastecida. Pelo menos em Cabo Frio, já que as unidades encerram as atividades à meia noite e não cumprem plantão por rodízio.
O funcionamento por rodízio para atendimento ininterrupto à população está previsto em lei federal de 1973 (5.991) e a regulamentação da medida deve ser feita pela Câmara de Vereadores da cada cidade, segundo informações da Associação do Comércio Farmacêutico do Estado do Rio de Janeiro (Ascoferj). Natasha Cohen, advogada da instituição, alerta, no entanto, que para a implantação do rodízio é necessário que haja farmacêutico de plantão.
– É competência da Câmara regulamentar. Além disso, em cidades menores o sistema em rodízio se adequa por não haver necessidade de todas as farmácias funcionarem, por outro lado, a população não fica sem
Militantes do Meio Ambiente se reúnem amanhã a partir das 10h em vários pontos da Região dos Lagos para dar uma ‘abraço simbólico’ em torno da Lagoa de Araruama. Batizado de ‘Salve a Lagoa’, o objetivo é chamar atenção das autoridades ambientais para despoluição e desassoreamento da laguna. Em São Pedro da Aldeia, o local escolhido é a Praia do Centro; em Cabo Frio, a mobilização será na Ponte Feliciano Sodré; em Arraial do Cabo, Arraial do Cabo, dois pontos serão palcos do evento: Praça de Figueira e Elevatória (saída do canal da Álcalis). Já em Araruama , o ponto escolhido será em frente à rodoviária, na Praia do Centro.
De acordo com a mobilizadora social Andrea Tinoco, moradora de Arraial do Cabo, o movimento é uma iniciativa cidadã, que busca soluções para frear a atendimento. Contudo, é obrigatório a permanência de farmacêutico durante todo o plantão, pois a fiscalização acontece mesmo na madrugada – explicou a advogada da Ascoferj, Natasha Cohen.
Cabo Frio tem a lei municipal 820/1998 há quase trinta anos. No entanto, atualmente ela não é cumprida na cidade. A lei federal tem 41 anos (5.991/1973) e a determinação sobre o funcionamento consta no artigo 56: “As farmácias e drogarias são obrigadas a plantão, pelo sistema de rodízio, para atendimento ininterrupto à comunidade, consoante normas a serem baixadas pelos Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios”, cita o texto original.
Moradores reclamam da falta de rodízio
Transtorno foi o que sofreu a pedagoga Paula Santa Rosa, esta semana, ao procurar uma farmácia para comprar remédio para dor de ouvido, e encontrar todas fechadas. Do Centro a São Cridstóvão, passando pela rodoviária da cidade, nenhuma funcionava depois de meia noite.
– Saí do curso 23h30 e fui às farmácias do centro, rodoviária e até São Cristóvão. Não consegui. Em casa tomei novalgina. Era o que eu tinha. Mas se eu não tivesse? Seria mais uma a sobrecarregar a emergência por conta de dor de ouvido – queixou-se.
A auxiliar de serviços gerais Giselle Jesus, 26, se policia para não faltar remédio em casa para os três filhos pequenos, mas critica essa medida.
– Aqui na área de São Cristóvão tudo fica fechado depois de meia noite, então procuro observar durante o dia para não sofrer à noite. Se não só no outro dia. Acho errado, faz muita falta – contou.
O técnico em telecomunicações Luiz Carlos Silva, 53, concorda e diz que a saída é tentar deixar o estoque sempre em dia.
– Temos que fazer farmácia em casa, com os remédios que mais se usa. E, quando não tiver, contar com os amigos acordados nas redes sociais ou no WhatsApp – concluiu.