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Conselho Regional de Medicina mantém interdição do Hospital da Mulher

Decisão foi tomada na noite de terça-feira

21 maio 2019 - 22h20
Conselho Regional de Medicina mantém interdição do Hospital da Mulher

TOMÁS BAGGIO
RODRIGO CABRAL


Em plenária realizada na noite desta terça-feira (21), o Conselho Regional de Medicina (Cremerj) manteve a interdição do Hospital da Mulher, em Cabo Frio. Na avaliação dos conselheiros, as principais exigências não foram atendidas até o momento. A decisão dá um banho de água fria no otimismo que o prefeito Adriano Moreno demonstrou em coletiva de imprensa, ao lado do secretário de Saúde Márcio Mureb. Na ocasião, Adriano disse que a redução das atividades no Hospital da Mulher causou impacto em toda a região.

– Esse período de interdição parcial mostrou a importância do Hospital da Mulher para toda a região. Nesses quatro dias de interdição parcial, os municípios vizinhos ficaram todos congestionados. São Pedro já disse que não tem condição de atender a demanda, Arraial também. E ainda calhou de ser nesse momento critico chuvas fortes, com pessoas desabrigadas. Em quatro dias de interdição parcial, criou-se uma situação insustentável. O Hospital da Mulher é o único que trabalha de portas abertas, para as pessoas não tenham que passar pela humilhação de ter que mentir sobre onde mora, todo mundo que chega é atendido – disse o prefeito.

No mês passado, durante uma vistoria, o Cremerj fez uma lista de 19 itens que estariam em desacordo com as normas de atendimento. O secretário de Saúde, Márcio Mureb, esteve na entrevista ao lado do prefeito e deu detalhes técnicos sobre as exigências feitas pelo Cremerj. 

– É importante dizer que os apontamentos feitos pelo Cremerj não são atuais. Eles vêm desde 2014 e as gestões foram passando e deixaram isso. Estamos fazendo tudo que eles pediram – afirmou Mureb.

Depoimento do Cremerj na  CPI da Alerj

Na manhã de terça, representantes do Conselho Regional de Medicina (Cremerj) e da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro foram ouvidos na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Hospital da Mulher na Assembleia Legislativa (Alerj). 

Segundo depoimentos dos médicos do Cremerj, foram seis fiscalizações na unidade de saúde, sem resposta da Prefeitura aos questionamentos feitos. A ultima delas foi em 17 de abril. Dentre as faltas mais graves apontadas estavam ausência de médico plantonista na unidade intensiva (que segundo a Prefeitura não está em funcionamento), falta de aparelho de monitoramento cardíaco, ausência de desfibrilador, ausência de cilindro de oxigênio e falta de materiais como luvas, gaze e fio de sutura. 

Segundo o Cremerj, o lactário não tinha geladeira e o leite podia ser contaminado. Ainda de acordo com o órgão, a Prefeitura só começou a responder quando o hospital foi interditado. O Cremerj disse também que só recebeu os prontuários dos pacientes anteontem, e que há indício de dissonância entre os prontuários e conduta médica praticada. A sindicância aberta está em andamento e corre em segredo ético. A fiscalização segue protocolo do Conselho Federal de Medicina, que apontou como “muito grave” a situação.