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Comércio se prepara para a virada na Copa do Mundo

Chegou a hora de partir para o ataque 

05 junho 2014 - 10h03Por Gabriel Tinoco
 
Comércio se prepara para a virada na Copa do Mundo
Há uma semana para o início da Copa do Mundo, o comércio começa a colher bons frutos em Cabo Frio. O clima de pessimismo é driblado com decoração e descontos especiais. Tudo bem que em maio as vendas receberam um cartão vermelho – o que, justiça seja feita, se deve em parte à greve dos vigilantes, que dura mais de um mês.  A hotela-ria, por exemplo, registrou queda de 15%: a taxa de ocupação  ficou em 50%, contra 65% no mesmo período do ano passado. No comércio também não foi diferente: a queda ficou entre 15% a 20%, dependendo do segmento. Mas agora é hora de colocar o time em campo para faturar o máximo possível durante a Copa.
– A queda foi muito acentuada em maio – explica Aílton Andrade, presidente do Sindicato do Comércio Varejista (SindCom) da Região dos Lagos.
Entretanto, o estoquista Jorciley Santos, 27 anos, diz que o jogo já começa a virar.
 – Não tinha procura por essas mercadorias no mês passado, quando começamos a vender produtos da Seleção Brasileira. Este mês, felizmente, tudo mudou para a loja. Os produtos de Copa do Mundo começaram a receber uma demanda muito boa e conseguimos lucrar bastante. Nos últimos dias, sem dúvidas, os produtos referentes à Copa do Mundo foram os mais vendidos. Estamos apostando nos dias de jogo, quando as pessoas começam a comprar mais constantemente. As bandeiras que vendemos por R$ 10 são muito procurados. Temos cornetas que estão a partir de R$ 3. Nossa aposta é nos preços baixos – disse. 
Mas o presidente do Sindicom é mais cauteloso: 
– Quem vai se arriscar a ficar aberto e correr o risco sofrer assaltos? Toda Copa é assim: o comércio fica retraído, principlamente nos dias de jogos do Brasil. Exceção pode ser para bares e restaurantes, mas serão trinta dias difíceis – sentenciou Andrade, que para junho acredita em desempenho igual ou pior do que no mês passado.
Na mesma linha segue o setor hoteleiro. Segundo Carlos Cunha, presidente da Associação de Hoteis de Cabo Frio (AHCF) alguns fatores colaboraram para o baixo movimento em maio.
– A taxa de ocupação no último mês foi muito abaixo do esperado para o período, cerca de 15% menor  – contou Cunha.
Segundo ele, vários fatores contribuíram para a queda no movimento, mas dois em especial: diminuição do público offshore, com a perda embarques para as plataformas de petróleo em Macaé, e, por incrível que pareça, a própria Copa do Mundo, que dura cerca de 30 dias.
– A Copa prejudica porque o público nacional que viajaria neste período deixou para junho e julho, teoricamente – explicou Carlos Cunha.
Pessimismo que não ganha coro na análise de José Martins, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Cabo Frio, que acredita em bom movimento com a Copa. 
– A expectativa para junho é boa e pode ser que o mundial ajude o movimento. Acredito em faturamento 10% maior que em 2013 – apostou Martins.
Um dos setores que costumam lucrar com a competição são as lojas de material esportivo. Camisas que as seleções usam nas partidas chamam a atenção dos apaixonados por futebol. 
– Estamos com muitos materiais do Brasil. A camisa oficial amarela é a que mais é vendida aqui na loja. Custa R$ 229. Também temos outros produtos da Seleção Brasileira como boné, casaco e bola. Os casacos custam R$ 199, enquanto uma camisa polo sai a R$ 39,90. Temos que sempre buscar a variedade para obter um bom rendimento nessa época – disse o gerente Filipe Lima, 27. Para a caixa Jéssica Novaes, 21, os consumidores irão aparecer na véspera da abertura. 
– As pessoas têm outras preocupações agora. Não tem como ficarem pensando em comprar bandeiras ou até mesmo uniforme da Seleção Brasileira. Mesmo assim, estamos vendendo bem. Espero que as vendas sejam melhores na véspera, quando os brasileiros vão estar realmente antenados na Copa do Mundo. 
Ocupação para férias é baixa  
O período da Copa do Mundo, de 12 de junho a 13 de julho, que coincide com as férias do meio do ano, também não anima o setor hoteleiro em Cabo Frio. Até o momento, as resevas para as férias de julho estão abaixo de 40%.
– A procura para o meio do ano está muito ruim. Não chega a 40%. É quase zero. E o que temos se deve ao Copa na Praia – contou Cunha.
Dia das Mães é o mais fraco dos últimos cinco anos 
O desempenho das vendas a prazo durante o período do Dia das Mães registrou queda de 3,55% em relação ao ano passado. O resultado é o mais fraco para o setor nos últimos cinco anos.  A informação é da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). 
– Uma queda tão acentuada assim conseguiu surpreender até os mais pessimistas – avaliou Roque Pellizzaro Junior, presidente da CNDL.