Em tempos de debates sobre consciência ambiental, as cidades da Região dos Lagos parecem não fazer o dever de casa. Exemplo é o estudo sobre desflorestamento da Mata Atlântica, entre os anos 2000 e 2014, em que nenhum município da região figura entre os que menos desmatam. Para piorar, Araruama aparece em terceiro lugar no ranking da pesquisa realizada pela Fundação SOS Mata Atlântica.
– Temos dois problemas na região: a pressão do mercado imobiliário, que é muito forte, e as queimadas para pasto de cavalos, por exemplo, e que servem também para invasão para construção de casas. Se não combater estas ações não há como preservar. Falta participação da sociedade com denúncias – avaliou André Cavalcanti, chefe do Parque Estadual da Costa do Sol, que é ligado ao Instituto Estadual do Ambiente (Inea).
De acordo com a pesquisa, a cidade de Resende, no Sul Fluminense, aparece em primeiro lugar no desmatamento. O Rio, capital do estado, figura na quarta posição, com apenas 18% de vegetação natural da Mata atlântica. Entre as que mais preservam destaque para Angra dos Reis, na Costa Verde, que mantém a maior proporcionalidade de área do bioma preservada, com 80,1% de vegetação natural em comparação com a área original. A pesquisa avaliou como vegetação natural, além das florestas nativas, refúgios, várzeas, campos de altitude, mangues, restingas e dunas.
Preservação – Além da lista das cidades que mais preservam ou desmatam, a Fundação lançou o site “Aqui tem mata”, com informações sobre o desmatamento em mais de 3,4 mil cidades de 2013 a 2014. O internauta pode realizar buscas por localidade, gráficos e mapas interativos, que poderão ser utilizados em tablets e celulares. Um Atlas dos municípios está em fase em fase de elaboração com dados dos últimos 14 anos.