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Chico e Cadu tinham planos sangrentos

Investigadores estavam na mira de quadrilha

25 junho 2016 - 09h22

O plano estava traçado: matar integrantes do Ministério Público, da Polícia Federal e da Polícia Militar, que estavam investigando pai e filho. Os mandantes: Francisco Eduardo Freire Barboza, o Chico da Ecatur, e Carlos Eduardo Rocha Freire Barboza, o Cadu Playboy, presos em ocasiões e épocas diferentes, mas por motivos semelhantes.

Cadu é apontado como o chefe de uma facção na Região dos Lagos – e o pai, o braço direito dele. Por conta da descoberta do plano para matar autoridades, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público solicitou à Justiça a transferência dos dois para Presídios Federais de Segurança Máxima, o que aconteceu na quarta – conforme a Folha noticiou em primeira mão, Chico está submetido ao regime mais rigoroso do país, o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), em que o preso toma banho de sol na própria cela.

A sentença foi expedida pelo juiz da 2ª Vara da Comarca de São Pedro da Aldeia, Marcio da Costa Dantas, no último dia 15. Na decisão, o juiz determina a imediata transferência dos dois. “Ora, se há indícios de que o Requerido estaria movimentando dinheiro no sistema penitenciário para obter benesses, tanto que foi flagrado na Operação Dominação 2 dando continuidade ao comando político e financeiro da organização crimi- nosa, não é exagero a conclusão indiciária de que também teria prometido pagar para que outro detento, integrante do Comando Vermelho, prestes a sair da cadeia, executasse o plano de promover assassinatos. Importante rememorar que o filho do Requerido, e integrante da mesma organização criminosa, o corréu Carlos Eduardo Rocha Freire Barboza, o vulgo ‘Caçador’ ou ‘Lobo’ ou ‘Cadu Playboy, é, segundo as investigações da Polícia Federal, integrante do Comando Vermelho e pertencente à alta cúpula de dita facção, tal como já relatado no decisum anterior”.

Ainda na sentença, o juiz relata a gravidade do que foi apurado pelo Gaeco em interceptações telefônicas na Operação Dominação 2 (quando Chico foi preso). Outro destaque na sentença é que o plano para matar os investigadores foi delatado por três presos que estiveram no Ary Franco, onde Chico estava antes  de ser transferido para o Presídio Federal de Campo Grande. Nos depoimentos prestados pelos presos, eles descreveram várias situações que presenciaram Chico falando sobre os planos de execução. “Indicaram que o Requerido seria o responsável pelo pagamento de altos valores a título de suborno para funcionários e diretores do Sistema Penitenciário do Rio de Janeiro, relatando, ainda, o plano arquitetado por “CHICO” para matar autoridades do Ministério Público, da Polícia Militar e da Polícia Federal”. 

Os depoimentos dos detentos que delataram o plano de Chico foram colhidos em dias diferentes, por autoridades distintas. E, mesmo assim, há convergência sobre o assunto. O executor seria também um detento, integrante da facção de Cadu, que “realmente estaria prestes a receber um benefício da execução penal”.

O Ministério Público emitiu nota oficial: “Após descobrir que o traficante Carlos Eduardo Rocha Freire Barboza, o Cadu Playboy, e seu pai, o político Francisco Eduardo Freire Barboza, o Chico da Ecatur, planejavam matar promotores de Justiça que os investigavam, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco-MPRJ) requereu ao Juízo de São Pedro da Aldeia a transferência dos criminosos para presídios federais de segurança máxima. Carlos Eduardo foi transferido para a Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná; e seu pai, para a Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul. Eles chefiavam uma quadrilha que atuava na Região dos Lagos do Rio, envolvida com tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, desvio de recursos públicos da Prefeitura de Arraial do Cabo e comércio ilegal de armas, entre outros crimes”.