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renatinho vianna

“Chance de aproximação com o atual Governo é nenhuma”

Principal opositor de Andinho, Renatinho projeta 2016

21 maio 2015 - 08h43
“Chance de aproximação com o atual Governo é nenhuma”

Renatinho Vianna é um potencial candidato à Prefeitura de Arraial do Cabo desde o dia seguinte às eleições de 2012. Cacifado pelo expressivo resultado obtido para Câmara Municipal (1.103 votos) e herdeiro político do pai, Renato Vianna (prefeito de 1985 a 1988 e entre 1997 e 2000), Renatinho se consolidou como principal nome da oposição ao Governo do prefeito Wanderson Cardoso de Brito, o Andinho (PMDB), e aparece, segundo o termômetro das ruas e das redes sociais, como um dos favoritos ao pleito de 2016.

À Folha, ele conta como foi o rompimento com o prefeito e o PMDB, pelo qual foi eleito, e de sua relação com o presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, a quem apoiou no ano passado. Atualmente no Pros, ele diz que é ‘indiferente’ à escolha do candidato da situação.

– Qualquer candidato apoiado pelo prefeito é uma continuidade desse ‘desgoverno’ – dispara.

Folha dos Lagos – Arraial acaba de completar 30 anos de emancipação político-administrativa de Cabo Frio. O cabista tem mais motivos para comemorar ou se lamentar?

Renatinho Vianna – Na questão política, sobretudo nos últimos anos, o cabista não tem muito a comemorar, não. Pelo contrário. Uma exposição constante na mídia, sempre de forma negativa. Não é o que gostaríamos que acontecesse.

Folha – Diante disso, qual a sua avaliação do mandato do prefeito? Você é oposição, mas foi eleito pelo partido dele...

Renatinho – Vou fazer uma avaliação deste mandato. Eu realmente fui eleito com ele. Acreditei nas propostas dele – não só eu como a maioria da população acreditou nisso – mas infelizmente não aconteceu. Então houve o rompimento para que eu pudesse ter liberdade de exercer a função de vereador e de ter autonomia de fiscalizar.

Folha – Qual foi o momento determinante para esse rompimento?

Renatinho – O estopim foi a primeira operação da Polícia Federal (em agosto de 2013, quanRENATINHO

VIANNA:

Renatinho diz que tem apoio do pai, mas que ele não será do governo

Rodrigo Brancodo 11 suspeitos de envolvimento com desvio de verbas da Funasa foram presos). Isso nunca tinha acontecido em Arraial do Cabo e nós entendemos ali que muita gente entrou como bode expiatório. Queríamos abrir uma CPI para ajudar a apurar os fatos e preservar os inocentes que entraram de gaiato na história. A partir de então, o prefeito passou a perseguir pessoas ligadas a nós, ameaçando de demissão e a situação ficou insustentável.

Folha – E por que você se filiou ao Pros?

Renatinho – É um partido novo, livre daqueles ranços antigos e dos caciques que só servem para contaminar a política.

Folha – Como está a sua relação com o prefeito?

Renatinho – Eu procuro não levar para o lado pessoal. É uma característica nossa sempre prezar pelo respeito. É claro que eu tenho sido um opositor dos desmandos e tudo de absurdo que tem acontecido. Não sei de que forma ele interpreta isso. Estou com a consciência tranquila.

Folha – E com relação ao presente? O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, esteve na região há algumas semanas e você é bastante ligado a ele. Como foi o encontro? Surgiu alguma proposta para a superação rápida da crise atual?

Renatinho – Ele está ciente de toda a conjuntura apesar dessa função dele na presidência da Câmara. Ele entende que essa crise existe e que Arraial está passando por uma crise institucional, de desrespeito com a coisa pública, de imoralidade e de falta de probidade administrativa. Nós estamos construindo uma parceria em benefício de Arraial do Cabo. Ele entendeu nossa proposta, abraçou a nossa causa e se comprometeu em ser um parceiro nosso.

Folha – O fato de o Cunha ser do PMDB, seu antigo partido, dá margem para algum tipo de composição futura?

Renatinho – Com o atual governo não existe nenhuma.

Folha – Com relação às eleições do ano que vem, o Pros é um partido novo e o PMDB tem uma forte máquina partidária. É possível ganhar contando apenas com o Pros ou será preciso articulação externa, como a aliança que o senhor tem com o Cunha?

Renatinho – Nós já estamos compondo com outros partidos. Já tem o PRB, que faz parte do nosso grupo; o PRTB, o PTN; o PPL e outros partidos com quem estamos conversando. Mas repito quantas vezes forem necessárias: em relação ao PMDB que controla a administração cabista está descartada a composição.

Folha – E como estão as conversas para possíveis parcerias? A com Dudu de Nardinho pode vingar?

Renatinho – O Dudu era o presidente do PDT, foi tirado de lá e eu tenho uma ótima relação com ele, de respeito e amizade. Eu o considero uma pessoa séria, íntegra e acho que a gente tem que conversar. Não sei se ele vai permanecer no PDT, só ele pode dizer. É um ótimo nome, bem aceito pela comunidade cabista. Mas estamos conversando com outros nomes, até sem vinculação partidária anterior e que querem contribuir.

Folha – Como você avalia o cenário eleitoral que se desenha? Acha que, possivelmente sem a presença de Chico, a disputa fica mais fácil, seja qual for o candidato do Governo?

Renatinho – Eu acho indiferente, porque o índice de rejeição do prefeito é altíssimo e qualquer candidato indicado pelo Governo é a continuidade do ‘desgoverno’. A gente não pode subestimar o poder da máquina administrativa, infelizmente, mas a insatisfação com a falta de transparência e com tudo de negativo que tem acontecido deixou o cidadão cansado.

Folha – Qual o papel que você acha que o seu pai, Renato Vianna, pode desempenhar na sua campanha? Ao mesmo que muitos o idolatram, outros tantos o rejeitam...

Renatinho – Meu pai já foi prefeito duas vezes e, como você mesmo disse, tem os que gostam e os que não. Tem a rejeição natural. Mas ele, principalmente depois do problema de saúde que teve recentemente, quer aproveitar o máximo a vida dele. Ele está ajudando o Alair aqui em Cabo Frio e por sinal, tem feito um trabalho elogiado. Ele tem consciência de que pode me ajudar, mas está consciente de que o ciclo político dele em Arraial já foi. Ele pode me ajudar com determinadas coisas que ele consiga enxergar por sua experiência, mas ele não quer fazer parte do governo, se a gente chegar à Prefeitura.