A Capitania dos Portos marcou para o próximo dia 15 (quinta-feira) o depoimento de Nostradamus Pereira Coelho, 65, o condutor da lancha que decapitou a pequena Maria Luisa Santana Serra, 10, no fim de semana na Praia do Forte. Nostradamus foi oficiado ontem, depois que o comandante da Capitania ouviu o condutor da banana-boat que, por sua vez, afirmou que a lancha conduzida por Nostradamus estava em alta velocidade.
– Ele disse que buzinou, acenou, fez muito barulho até que o condutor o visse. Segundo ele a lancha estava em alta velocidade e a proa estava levantada, o que diminui a visibilidade. Quando Nostradamus ouviu o alerta do condutor da banana, ele conseguiu desviar da lancha, mas não da banana – informou o comandante da Capitania na edição da Folha de ontem.
O inquérito conduzido pela Capitania tem até 90 dias para ficar pronto. Já o delegado responsável pelas investigações, Renato Santos, titular da 126 DP, tem até dez dias para enviar o inquérito policial à Justiça. Questionado sobre o resultado negativo do teste de alcoolemia de Nostradamus, o titular da 126ª DP informou que vai colher o depoimento do salva-vidas que postou um vídeo na rede social acusando Nostradamus de estar bêbado na hora do acidente.
– Se alguém sabe de algo que seja relevante, vai ser ouvido. Estamos procurando o sargento do bombeiro para que seja ouvido o quanto antes para esclarecer isso – informou o delegado que, na hora da entrevista por telefone, estava nas ruas em busca do bombeiro militar.
O inquérito policial, conduzido pelo delegado Renato Santos, deve ser entregue à Justiça na próxima semana – quando completa o prazo regimental de 10 dias. Mas isso não significa que o inquérito seja encerrado.
– Remeto o inquérito para a Justiça que, por sua vez, pode devolver para a delegacia com alguma dúvida ou qualquer outra solicitação – informou.
Nostradamus Pereira Coelho chegou a ser preso, mas pagou fiança e responde ao inquérito em liberdade. Ele foi indiciado por quatro lesões corporais graves e homicídio culposo. A pena pode chegar a sete anos, mas a mesma pode ultrapassar porque existe a previsão legal de aumento de pena por ausência de socorro – no momento do acidente ele teria arrancado com a lancha, sem prestar socorro tanto a Maria Luisa quanto às outras três vítimas. Mas a lancha e o condutor foram apreendidos na sequência por homens da Capitania dos Portos.
Restos mortais
Depois de cinco dias de buscas pelos restos mortais de pequena Maria Luisa Santana Serra, 10, a operação foi finalizada na manhã de ontem, quando partes do corpo apareceram na Praia do Forte, na altura da localidade conhecida como Lajinha. Os pedaços foram levados para o IML de Araruama.