A secretaria municipal de Saúde Cabo Frio confirmou ontem que já formalizou junto ao Estado o pedido de devolução das unidades da Unidade de Pronto Atendimento do Parque Burle e de Tamoios. Segundo a assessoria da pasta, o secretário Carlos Ernesto Dornellas enviou um ofício para a secretaria estadual de Saúde há alguns dias. Apesar do interesse antigo, o secretário estadual de Saúde, Felipe Peixoto, havia afirmado que apenas Nova Friburgo teria feito o pedido formal.
Ontem, representantes do governo estadual estiveram na UPA do Parque Burle para conhecer as instalações e verificar a estrutura. De acordo com a secretaria municipal de Saúde, a visita já faz parte do processo de transição da unidade das mãos do município para o Estado. A expectativa de Carlos Ernesto é que as UPAs estejam sob nova direção já no início de dezembro.
A data coincide com o novo prazo estipulado pela secretaria para a reabertura da emergência do Hospital São José Operário, o HCE, reinaugurado no início de setembro, mas que ficou fechado por cinco anos, ainda não foi aberto para o público. Detalhes na estrutura estariam impedindo o funcionamento da unidade.
A devolução da UPA representaria um alívio aos cofres municipais, pois segundo a secretaria, o gasto com essas unidades é de R$ 2 milhões mensais. Também com sérios problemas financeiros, o Estado não deposita há quase um ano a cota mensal de R$ 800 mil, gerando uma dívida com o município de mais de R$ 8 milhões.
Além da economia de dinheiro, a prefeitura espera, com a decisão, aumentar a oferta de médicos de emergência para a população, com a volta do HCE e as UPAs, agora estadualizadas.
Muitos problemas – A UPA não passou ilesa da crise na rede pública municipal de Saúde, que levou o próprio prefeito Alair Corrêa a assumir o cargo de interventor da área durante mais de 100 dias no meio do ano. Relatos de demora no atendimento e falta de medicamento têm sido frequentes entre os pacientes.
Recentemente, a UPA viveu dias conturbados. Na semana passada, por exemplo, o atendimento se restringiu aos casos de emergência, pois dois médicos faltaram em decorrência de um acidente. Semanas antes, por diferentes motivos, quatro médicos deixaram de trabalhar. Notícias de que os profissionais estariam fazendo uma greve por atraso de salários foram logo desmentidas. O próprio diretor da UPA, Nilton Mureb, teve que ajudar a atender os pacientes.