Foi uma vitória arrebatadora. Há 24 anos, Armação dos Búzios tornava-se município do Brasil, após escolha por plebiscito. Foram 4.227 votos a favor da emancipação de Cabo Frio e 118 contra, além de 56 votos em brancos, conforme noticiou à época a Folha dos Lagos. O “sim” conquistou 96% dos eleitores, tornando real o sonho de liberdade do balneário consagrado por Brigitte Bardot.
De lá para cá, Búzios consagrou-se como um dos destinos turísticos mais procurados do mundo e abocanhou, assim como outros municípios da região, recursos advindos dos royalties de petróleo – no ano passado, a arrecadação total com os repasses foi de R$ 78.194.974,06. Mas há também os ônus nessa caminhada com os próprios pés. O entra-e-sai de prefeitos, nos últimos meses, ficará para sempre gravado na história do município como um momento crítico de instabilidade política. A Justiça, no entanto, manteve o vice Henrique Gomes no cargo, a despeito das tentativas de retorno de André Granado, prefeito afastado
– Quem acompanhou todo o processo de formação desta cidade desde que separamos de Cabo Frio em 1995, sabe o quanto avançamos e amadurecemos como município – comenta, no entanto, Henrique Gomes.
O prefeito em exercício adianta ainda quais os planos do governo para os próximos meses de gestão.
– Para o próximo ano vamos seguir no rumo que estamos, aumentando a arrecadação, promovendo a reforma administrativa que vai nos permitir avançar ainda mais, promovendo obras que qualificam a cidade com boa estrutura para o morador. Estamos finalizando a obra da nossa principal via de acesso, a José Bento Ribeiro Dantas, e em breve iniciamos a segunda fase da obra, até o Largo do Ceceu, com calçada, ciclovia e cobertura asfáltica. Estamos completando o cinturão de atendimento básico ao cidadão. Com a UBS de Geribá, que está em construção, vamos atingir cem por cento de cobertura. Também em curso, a obra da nossa maior escola municipal, no bairro de Cem Braças. O cidadão pode esperar muitas benfeitorias e mais planejamento de cidade.
Voto eletrônico, novidade na época
O plebiscito de Búzios foi acompanhado pelos então presidente e vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministros Carlos Velloso e Marco Aurélio de Mello. O presidente do Tribunal Regional Eleitoral, desembargador Antônio Carlos Amorim, também esteve presente durante toda a votação e disse que o sistema de voto eletrônico – uma novidade na época correspondeu às expectativas da Justiça Eleitoral. Carlos Velloso também aprovou o sistema.
– Não existirá fraude pelo computador – afirmou Carlos Velloso.
O quórum do plebiscito foi garantido através do transporte de eleitores autorizado pela Justiça Eleitoral. Carros, ônibus de graça e até ambulâncias foram utilizadas pelos emancipacionistas para levar os eleitores à escola municipal Nicomedes Theotônio Vieira, em Manguinhos, onde foram instalados os terminais para receber o voto eletrônico dos eleitores.
