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Buracos atrapalham pedestres em Cabo Frio

Segurança de quem anda pelas calçadas é posta em risco

02 dezembro 2016 - 02h14Por Texto e fotos: Gabriel Tinoco
Buracos atrapalham pedestres em Cabo Frio

Quem está de saco cheio de viver um rali pelas ruas de Cabo Frio não tem muita escapatória dos buracos. As crateras, agora, também povoam as calçadas da cidade. Os moradores colecionam quedas, os cadeirantes reclamam da falta de acessibilidade e os turistas criticam o estado deplo­rável dos bairros mais movimenta­dos do município.

O estado piora ainda mais nas raízes das árvores, que quebram o cimento. Na Passagem, a grama cresce pela calçada quebrada e pe­los paralelepípedos.

O aposentado Luiz Caldeira, 70, andava cautelosamente com uma bengala – ele se acidentou no mu­nicípio.

– As calçadas estão bem ruins. Não necessito da bengala normal­mente para andar, mas sem bengala tenho muita chance de cair em Cabo Frio. O último machucado que tive na perna, inclusive, foi por um tom­bo na Rua Tomé de Souza, no bairro Guarani. Fiquei alguns dias sem po­der andar. Para ser sincero, até hoje dói um pouco – comenta.

A sensação de abandono também foi sentida pelo aposentado Jair Car­doso, 78, que já presenciou a esposa se machucando em pleno Centro.

– A cidade está uma imundice. Esses buracos são um descaso total. Minha esposa caiu e se ralou toda. Isso foi numa calçada da Avenida Assunção, no centro da cidade. Mas não temos nem mais o que fazer. O Poder Público nos abandonou – dis­para.

O aposentado José Ney, 71, tam­bém fica com medo de levar um tombo.

– Está uma situação complicada. Corremos perigo de andar e acabar nos machucando. Temos que ter cuidado para não nos machucarmos ainda mais.

E os obstáculos atrapalham até a prática de esportes. O empresário Rafael Almeida, 34, corre habitual­mente pelos calçadões da cidade – de atenção redobrada, é claro.

– Tenho corrido e encontro bas­tante buraco pela calçada. Tenho que correr com cuidado, senão pos­so cair. Isso prejudica bastante a prática de esportes aqui na cidade.

Quem não teve uma boa impres­são de Cabo Frio foi Aline Gomes, que atualmente mora em Bolonha, na Itália. Ela reclama da falta de acessibilidade, com um carrinho de bebê em mãos.

– O problema maior para mim não são nem os buracos. As calça­das normalmente têm degraus. Falta acessibilidade por aqui. Quando tem uma rampa em algum lugar, só apa­rece outra bem longe dali. Claro que andamos pelas calçadas e encontra­mos muitos buracos. Mas basta ter atenção para desviar – palpita.

O secretário de Obras, Paulo Cas­tro, não atendeu as ligações da Folha para falar sobre o estado deplorável em que se encontram as calçadas da cidade.