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Budega é condenado por estupro de vulnerável

​Decisão, que atende a solicitação do MP, foi proferida em primeira instância e cabe recurso

07 fevereiro 2019 - 10h06
Budega é condenado por estupro de vulnerável

O maestro Angelo Budega foi condenado pela Justiça, em primeira instância, por estupro de vulnerável. A decisão foi proferida em primeira instância, pela juiza Janaina Pereira Pomposeli, e cabe recurso.

O processo se refere a uma acusação feita contra Budega em 2010. Na época, ele foi acusado de ter molestado sexualmente de uma menina de 10 anos que fazia parte do projeto social dele, o Apanhei-te Cavaquinho, em que ele ministrava aulas de cavaquinho a crianças e adolescentes. A acusação partiu da família da vítima.

Durante sete anos, o processo, que corre em segredo de justiça, teve vários despachos. A sentença da juíza de primeira instância foi proferida no dia 16 de janeiro. No dia 25 o despacho foi encaminhado para a Central de Mandados, a fim de dar ciência ao réu. 

Há duas semanas, quando Budega foi anunciado como principal atração de um evento da Secretaria de Cultura de Cabo Frio, as acusações contra ele voltaram à tona, e um novo testemunho veio a público. 

A nova acusação foi feita pela musicista e cantora Kéren Hapuk, de 22 anos, em uma postagem que contestava a participação do maestro no evento. Segundo Kéren, os abusos ocorreram, de diferentes formas e em diversos locais, quando ela tinha apenas dez anos e fazia parte do projeto ‘Apanhei-Te Cavaquinho’, de Budega.

A musicista diz que resolveu se pronunciar porque muitas pessoas não acreditam na denúncia anterior em função do prestígio de Budega na cidade e que o caso de 2010 , que teria envolvido também uma menina de dez anos, acabou abafado. Kéren conta que tem recebido apoio após ter feito as denúncias, que resultaram em pelo menos mais um relato contra o músico, na mesma postagem.

– Diversas pessoas, homens e muitas mulheres, têm me dado suporte e orientação em busca de justiça. A Secretaria de Cultura se pronunciou, e eu acho que foi de extrema importância, para legitimar, porque não se pode encobrir. As instituições e órgãos públicos precisam se manifestar, sim, porque o projeto dele (‘Apanhei-te Cavaquinho’) foi por anos financiado pelo poder público. E ele não pode mais ter esse suporte. As pessoas precisam saber, para proteger as crianças – disse a musicista para a reportagem.

Procurado para comentar a posição da secretária de Cultura e as denúncias feitas contra ele, o músico Ângelo Budega não foi localizado e seu celular estava desligado. 

Já o advogado que o defende, Jairo Santana, falou que o maestro está à disposição para dar todas as informações necessárias para todos que assim desejarem. Segundo Santana, Budega afirma que as alegações divulgadas nas denúncias não são verdadeiras, mas que não poderia se manifestar porque o caso corre em segredo de Justiça, por envolver menores de idade. 

A defesa ainda emitiu uma nota que diz que “a internet é tratada por pessoas de pouca leitura como se os fatos fossem verdadeiros, ainda mais de forma virtualizada, para que não possibilite o melhor esclarecimento. De todo modo, de forma a guardar responsabilidades e medidas reparatórias se torna importante a manifestação dos fatos, pessoalmente, evitando entendimentos distorcidos ou intencionalmente direcionados para uma finalidade específica que não o melhor Direito”.