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Bombeiro é preso por usar viatura da corporação para ação de caridade

Tenente foi condenado por utilizar carro para entrega de donativos para família carente

02 junho 2015 - 19h10

O tenente do 18º Grupamento Bombeiro Militar, Carlito Lessa da Silva, foi preso na manhã desta terça-feira (2) por usar uma viatura para a entrega de donativos a uma família carente. A prisão foi efetivada logo após decisão de uma sindicância aberta pela própria corporação há quase um ano. Ele cumprirá pena de sete dias no batalhão na Avenida Nilo Peçanha, no Centro da cidade.

A sindicância atestou que a família teria sido atendida por uma equipe de resgate no bairro Tangará, onde o médico foi chamado para realizar um parto. A menina chamada Vitória nasceu pouco antes dos bombeiros chegarem, em 8 de junho de 2014. Porém, segundo informações da própria corporação, Carlito cortou o cordão umbilical.

A advogada de Carlito, Erineth Gonçalves de Souza, argumentou que o cliente se sensibilizou com a pobreza da família e iniciou uma campanha para arrecadação de donativos para a criança. Vitória não tinha uma bolsa de roupas para ser levada ao hospital. Porém, o ato não recebeu a aprovação dos bombeiros.

A corporação constatou que Carlito não tinha permissão para usar o carro e que o militar teria lançado informações de um falso chamado para legitimar o uso da viatura, o que ocasionou gasto de dinheiro público. A advogada afirmou que a sindicância apresentou irregularidades, com páginas faltando, e que uma testemunha prestou esclarecimentos mesmo sem ter sido convocada.

– O Corpo de Bombeiros deduziu que ele teria lançado um falso aviso. Houve um pedido de socorro na data que eles alegam que não houve (21 de junho de 2014), a equipe foi até o local, confirmou que tinha sido uma queda e que a vítima, no entanto, já tinha sido socorrida. Inclusive, a família disse que os donativos foram entregues em um carro preto, particular. A sindicância apresenta muitos vícios, falta de páginas, chegou a ser cancelada pelo corregedor interno, mas a punição foi mantida – comentou a advogada, que ainda disse ainda que o tenente entrou na corporação em 2008 e que nunca sofreu nenhum tipo de punição ou anotação sobre sua conduta.