Não, o título da matéria não significa que Arraial do Cabo tenha perdido a condição de ‘capital do mergulho’, mas o fato é que é justamente a vocação marítima do seu povo que tem rendido um número cada vez maior de flagrantes feitos, com câmeras ou celulares, de baleias e golfinhos na costa cabista.
Sozinhos ou em bando, mamíferos das espécies jubarte e cachalote têm sido vistos nas últimas semanas em quantidade surpreendente até mesmo para quem está acostumado com a vida no mar. Esta semana, por exemplo, a rara aparição de uma orca próxima à Ilha do Farol chamou a atenção até da imprensa nacional.
Apesar do frenesi e da curiosidade provocadas pela situação, o biólogo Eduardo Pimenta afirma que não se trata de qualquer fenômeno especial, e sim, de um fluxo migratório das espécies, que acontece nesta época do ano. Para ele, a posição geográfica da cidade também favorece a visualização dos animais.
– Isso não é anormal. O que acontece é que hoje muito mais gente tem celular, o que faz com que os animais sejam registrados com mais frequência quando migram: os golfinhos do norte para o sul e as baleias, do sul para o norte, em Abrolhos, para o período de reprodução. Além disso, a cidade está num cabo, uma ponta que adentra o oceano, o que facilita a visualização – pondera o especialista.
Ainda assim, a grande incidência dos cetáceos na região tem despertado o interesse dos pesquisadores. Um grupo do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Aquáticos do ICM-Bio vem da Ilha de Itamaracá, Pernambuco, para estudar o assunto.
– Já existem pesquisas e levantamento de informações sobre isso. Os pescadores têm falado que existe um número maior desses animais e, como eles estão acostumados, confiamos na informação – diz a chefe do ICM-Bio local, Vivianne Lasmar.
* Matéria completa na ediçao deste fim de semana da Folha dos Lagos.