Rodrigo Branco
A via-crúcis do servidor público municipal José Gessé da Silva Santos, 58, começou há nove meses, em novembro do ano passado, quando sofreu um infarto agudo do miocárdio e precisou ser afastado do trabalho, no setor de transporte da Secretaria de Saúde.
Após passar por uma angioplastia e um cateterismo, Gessé sobreviveu à enfermidade, mas, com o pagamento do auxílio-doença de R$ 1.100 atrasado há uma semana, o motorista tem passado por sérios problemas financeiros, inclusive com dificuldade para comprar alimentos e remédios.
Assim como Gessé, todos os servidores que recebem o benefício ainda estão sem o dinheiro na conta, totalizando uma dívida de R$ 300 mil. Segundo ele, a justificativa dada é a mesma usada para outros percalços do município: crise econômica e falta de recursos.
Mas para o servidor concursado, com quase 30 anos de serviços prestados ao município, o caso ganhou contornos de humilhação, afinal ele passou toda a manhã e parte da tarde de ontem na sede do Instituto de Benefícios e Assistência aos Servidores Municipais de Cabo Frio (Ibascaf), em São Cristóvão, de onde saiu sem dinheiro, nem prazo para uma solução. De concreto, apenas a promessa de um e-mail para o prefeito Alair Corrêa (PP) e para o secretário de Fazenda, Axiles Corrêa, na tentativa de resolver a questão.
– Deveria ter sido pago junto com os funcionários da Prefeitura no dia 30. Estou sem pagar o aluguel e na minha geladeira só tem água. Isso é muito humilhante para quem trabalhou uma vida inteira, mas eu sou de Deus, vou ficar na paz. Com esse Governo só orando que passe rápido – lamenta o servidor.
Procurada para falar sobre o assunto, a presidente do instituto, Reuza Maria Soares não quis receber a reportagem, limitando-se a mandar recado pelo procurador da instituição: “Não tenho nada para conversar”.
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