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Arraial contesta baixa ocupação após esgoto no mar

Secretário de Turismo disse que dados divulgados em jornal estão incorretos

08 maio 2019 - 09h28
Arraial contesta baixa ocupação após esgoto no mar

O secretário  de Turismo de Arraial, Olavo Carvalho,  contestou a informação, publicada na coluna do jornalista Alcelmo Góis, no jornal O Globo, de que a ocupação na rede hoteleira na cidade teve retração após a divulgação da sujeira no mar da cidade, no início do ano. 
“Em janeiro, a ocupação hoteleira estava acima dos 60%, segundo a Associação de Hotéis do Rio (ABIH-RJ). Em fevereiro, logo após o vazamento, caiu para... 24%. Em março, mês do Carnaval, não passou dos 22% - a vizinha Búzios, na mesma época, teve 90%. Na Semana Santa, a ocupação foi de 40% em Arraial - ante 89% no mesmo feriado em 2018”, publicou o colunista.

Olavo argumenta que os dados não levam em consideração a ocupação em hostels que estão em processo de legalização. Ele diz que o fluxo de turistas neste ano tem sido melhor do que no ano passado.

– Isso não condiz com a realidade. Hoje temos um fluxo na cidade de 3 a 4 mil pessoas todos os dias, independente de alta temporada ou não. Neste ano tivemos uma explosão na alta temporada, foi melhor do que o ano passado. Teve o evento da chuva (que rompeu uma tubulação e provocou despejo de esgoto na Prainha) realmente deu uma esvaziada na cidade. Mas o Carnaval já foi razoável, com cerca de 200 mil pessoas na cidade. O mês de março, então, foi muito bom para o trade, nunca tivemos tanta gente. E agora na Semana Santa foram 150 mil turistas – disse o secretário de Turismo.

Para ele, os números apontados pelo jornal O Globo não levam em consideração todos os meios de hospedagem da cidade. 

– Temos, extra oficialmente, dezenas de hostels, além das pousadas e hotéis cadastrados oficialmente. Esse balanço precisa ser feito com as duas partes, não só com os oficiais. Nos últimos dois anos houve um crescimento gigantesco na quantidade de hospedarias. Estamos trabalhando para legalizar esses hostels – afirma Olavo, enumerando ainda outras ações.

– Estamos trabalhando também pela implementação da TPA (Taxa de Proteção Ambiental, que, pela proposta, seria paga em forma de pedágio para entrar na cidade), e também iremos criar novas taxas para os ônibus de turismo que vêm passar o dia em Arraial sem reservas em hotéis, pousadas, restaurantes, nada. Estamos inibindo esse tipo de turismo e fomentando os outros. E além disso estamos elaborando o calendário anual de eventos. Iremos lançar uma campanha para promover a cidade na baixa temporada em conjunto com hotéis e operadoras de mergulho – listou o secretário, garantindo que na Semana Santa a ocupação na rede hoteleira girou em torno dos 80%.

Campanha contra turismo sexual

A Prefeitura de Arraial do Cabo lançou nesta semana uma campanha de alerta contra o turismo sexual na cidade. Trata-se de uma clara referência à declaração do presidente Jair Bolsonaro, que disse em uma entrevista na semana passada que “quem quiser vir fazer sexo com uma mulher, fique à vontade”. Mesmo sem citações diretas à fala do presidente, propagandas condenando o turismo sexual se proliferaram por municípios e estados brasileiros desde que a declaração foi feita.

– Diga não ao turismo sexual. De acordo com a Organização Mundial do Turismo (OMT), o turismo sexual pode ser definido como ‘viagens organizadas dentro do seio do setor turístico ou fora dele, utilizando, no entanto, as suas estruturas e redes com a intenção primária de estabelecer contatos sexuais com os residentes do destino’. Essa prática é considerada ilegal e incluída no âmbito de assédio. Isso porque a ação também é comumente caracterizada pela exploração de mulheres, crianças e adolescentes para fins sexuais seja pelo tráfico de pessoas, seja pelo aumento da prostituição e tráfico de drogas, gerando um comércio ilegal ao redor do mundo. Arraial do Cabo, uma das cidades brasileiras mais procuradas do país, não está imune à prática, mas conta com o seu apoio para a extinção do ato”, diz a mensagem da Prefeitura de Arraial do Cabo.

 

*Fotos: Thiago Freitas/ Arquivo Folha