Umas das principais características da Praia do Forte, além do mar cristalino, são as areias brancas e finas que compõem o cenário de uma das praias mais bonitas no Brasil – segundo eleição realizada pelo ‘Travellers Choice’ da Trip Advisor. Mas uma denúncia na rede social expõe um problema que afeta tanto a beleza quanto o ecossistema do lugar: a mistura de saibro com a areia traz uma cor amarelada ao que antes era branco. Problema que segundo a denúncia do professor de Educação Física Daniel Ribeiro cresce a cada dia.
– O fato é perceptível a todos que frequentam a Praia do Forte, o fluxo de veículos na areia é uma realidade que vem se intensificando a cada ano. Acredito que esse verão foi ápice de tal prática. E as consequências são sentidas na mudança na coloração da areia da Praia, uma das características principais de nossa região a areia branquinha vai cedendo espaço ao saibro trazido pela movimentação dos veículos – denuncia o professor.
O coordenador de Meio Ambiente da Prefeitura de Cabo Frio, biólogo Eduardo Pimenta deu entrada em um processo no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) – já que a área do Lido está dentro de uma área tombada, que é de responsabilidade do Instituto.
– Precisamos do nada opor do Iphan para resolver o problema e fechar definitivamente a rampa. Mas vale ressaltar que toda onda que bate no Lido joga areia branca do leito do fundo do mar, então com pouco tempo o mar vai retirar o saibro e não será preciso uma intervenção para isso. A areia branca um volume muito maior e vai ficar branco novamente – explicou.
O responsável pelo escritório técnico do Iphan, Laudessi Torquato, informou que recebeu o processo e imediatamente encaminhou para a Superintendência do órgão no Rio, que deve designar um fiscal para ir até o local para ver como vão proceder para promover o fechamento da rampa.
– É um trabalho complicado que demanda tempo, mas não podemos deixar correr solto, temos urgência e tanto é que imediatamente enviei para o Rio. Nesta quarta-feira vou à capital e irei tratar do assunto com a coordenação – informou.
Tráfego de carros na praia
O tráfego de carros, assim como todo o ordenamento da ambulantes e barraqueiros está em pauta na Secretaria de Desenvolvimento Urbano – que inclui a Coordenadoria de Meio Ambiente e a Fiscalização de Posturas, por exemplo. O secretário Cláudio Bastos explica que, passada a alta temporada, é chegada a hora de ordenamento de todas as questões referentes à Praia do Forte: desde o recadastramento de ambulantes, aos carros que circulam no local para levar e retirar mesas e cadeiras de barraqueiros. Uma coisa ele garante, o verão de 2018 não será igual ao de 2017.
– Quando deixamos o governo em 2012 , tínhamos 1490 ambulantes cadastrados. Quando voltamos nos deparamos com mais de 5 mil e sem cadastro, já que todos foram destruídos pela administração passada. Em no máximo 10 dias vamos começar o recadastramento dos ambulantes. Quanto aos carros, existe uma hora determinada para o tráfego: é até às 8h para colocar e depois de 18h30 para retirar mesas e cadeiras. Mas claro que alguns abusam e descumprem a regra. Estamos estudando junto ao Ministério Público a melhor forma de ordenamento e de deixar a praia limpa – informou o secretário que ressaltou que estão estudando a possibilidade de proibir os barraqueiros de colocarem mesas, cadeiras e guarda-sóis nas areias da Praia do Forte.
Cláudio Bastos também informou que estão tomando medidas acompanhadas pelo Ministério Público.
– Tudo está sendo consultado e acompanhado pelo MP, para ver o que a gente consegue implementar. Teríamos uma empresa que alugaria as mesas e cadeiras para quem chegasse na praia. Ficaria tudo guardado e a praia ficaria limpa, a pessoa alugaria e abriria quando fosse usar. Além disso estancaria o tráfego de carros. Estamos buscando também a iniciativa privada para participar deste processo – declarou.
Recadastramento Praça da Cidadania
O secretário de Desenvolvimento da Cidade informou que em no máximo 60 dias a pasta vai promover o recadastramento de todos os vendedores da Praça da Cidadania. Segundo ele, muitas ações descaracterizaram o objetivo da feira. Invasões, mudança de finalidades e até aluguel de stands por pessoas que obtinham a licença intransferível de trabalhar no lugar.
*Foto: Daniel Ribeiro