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entrevista

Aquiles Barreto: 'Não sou puxa-saco. Se Marquinho errar, eu vou cobrar’

Mais votado na eleição, vereador reeleito do Solidariedade quer ‘unidade’ para ser presidente da Câmara

24 outubro 2016 - 23h15Por Texto e foto: Rodrigo Branco
Aquiles Barreto: 'Não sou puxa-saco. Se Marquinho errar, eu vou cobrar’

 Campeão de votos em sua se­gunda eleição para vereador de Cabo Frio, Aquiles Barreto (SD) alcançou novo mandato com 2.766 votos. O desempenho, alia­do à vitória de Marquinho Men­des (PMDB), a quem é ligado, potencializa suas chances de pre­sidir o Legislativo a partir do ano que vem, mas ele provavelmente terá que disputar a condição com outros nomes, como o do expe­riente Luis Geraldo (PRB). Ape­sar de ser aliado de Marquinho, ele promete fiscalização.

– Precisamos de união para ti­rar a cidade do buraco – prega.

Folha dos Lagos – Esperava ser o vereador mais votado da cidade?

Aquiles Barreto – Acho que nosso nome foi uma esperança de reconstrução e de um futuro melhor para Cabo Frio. E o re­conhecimento do nosso manda­to. Andamos Cabo Frio inteira, de Tamoios ao Jardim. Tivemos boa votação em todos os lugares da cidade e isso demonstra que o nosso mandato teve repercussão em todas as pontas de Cabo Frio. Fico feliz pelo reconhecimento do nosso trabalho. Não nos de­ram apenas uma oportunidade, mas também uma responsabilida­de sendo o vereador mais votado.

Folha – Em que medida a crise do governo e sua atuação como líder da oposição tive­ram influência na sua votação?

Aquiles – Acredito que o nos­so trabalho de fiscalização, pon­tuando os problemas da cidade, sem fazer ataques pessoais, mas com números, foi reconhecido. A vontade que colocamos e a fiscalização que fizemos nos deu respaldo e, com certeza, a socie­dade entendeu que fomos uma voz ativa da oposição.

Folha – Que lição traz a re­novação na Câmara?

Aquiles – É o que tenho fala­do: os vereadores que entrarem devem ter humildade; é o mo­mento de a gente pensar na cida­de e de ter carinho para uma ci­dade melhor. Não é momento de falar de situação e oposição e sim de todos os vereadores eleitos se unirem para salvar e reconstruir Cabo Frio. Marquinho deveria ter uma Câmara ativa no seu iní­cio para que a gente possa fazer um bom mandato. O recado das urna é o seguinte: todo político ganha com grupo e ele deve ser valorizado, mas no primeiro mo­mento tem se colocar a cidade.

Folha – Sua votação e a elei­ção de Marquinho, a quem é ligado, o colocam com favori­tismo natural para presidência da Câmara. O que acha disso?

Aquiles – Presidente da Câ­mara eu serei no primeiro dia pelo fato de ser o mais votado e o nosso Regimento Interno nos diz que o mais votado assume e dá posse aos vereadores e ao prefei­to. Depois disso, tenho pregado a paz e o consentimento. Não acho que a gente tem que começar di­vidindo, mas somando. Coloco meu nome como outros também estão colocando, mas digo que só gostaria de ser presidente se tives­se unidade, que é o que a cidade precisa agora para gente possa ter um bom governo. Marquinho vai precisar de colaboradores aqui na Câmara para que possa iniciar um mandato de reconstrução e, pas­sado esse primeiro momento, as bandeiras políticas se levantam e cada um começa a se posicionar, mas com dados, fatos e números e não somente por ter a bandei­ra da oposição ou da Câmara ser respeitada novamente, pois está em descrédito junto à população.

Folha – Marquinho disse que quer uma ‘Câmara parcei­ra’. No seu caso, a população pode esperar a mesma postura combativa e fiscalizadora que teve no primeiro mandato?

Aquiles – Já me coloco à dis­posição do prefeito Marquinho para reconstruir a cidade. Acho que nosso grupo político pode ajudar a cidade a sair do buraco que está. Nosso grupo pode con­tribuir porque é honesto, capaci­tado e tem uma boa liderança na cidade. Entendo que Marquinho precisa de uma Câmara parceira, mas que saiba cobrar até porque você só cresce nos erros e sen­do cobrado. Não adianta passar a mão na cabeça do Marquinho e os secretários errarem admi­nistrativamente.É importante ter uma Câmara parceira, mas ativa, fazendo seu papel de fiscalizar. Quando um secretário errar, vou à tribuna cobrar. Se o Marquinho errar, vou à tribuna cobrar. Não sou puxa-saco de ninguém. Em primeiro lugar, sou a cidade de Cabo Frio.

Folha – Quais seus princi­pais projetos para o mandato?

Aquiles – Alair conseguiu ur­banizar nossa cidade. Marquinho conseguiu olhar o cidadão. Pre­cisamos nesse momento inicial reconstruir a cidade, mas pen­sando no desenvolvimento dela, trazendo empresas e empregos. Transformar escolas em cursos de profissionalização à noite, doar terrenos para empresas se instalarem aqui e atrair mais impostos e empregos. Essa é a linha que vamos focar até pela minha formação de admi­nistrador e Comércio Exterior. Temos que copiar o modelo de São Pedro, Cabo Frio não precisa inventar a roda.

Folha – Ter sido um dos al­vos do velório coletivo feito pe­los servidores o aborreceu?

Aquiles – O servidor tem di­reito de protestar, faz parte da democracia. Mas posso dizer que fui atuante, fiz Comissão da Edu­cação. Tentei fazer o melhor, co­brei o governo a todo momento. Fui à Justiça para cobrar quando não tive resposta aqui. Mas vimos também um movimento político. Havia pessoas que estavam de­fendendo um candidato, não a classe. Não digo que fico chate­ado, temos que olhar para frente. Se errei, peço desculpas, mas te­nho certeza que trabalhei muito para que a cidade não estivesse nesse buraco.