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Animais abandonados em horto de São Pedro fazem a alegria de funcionários

Cães e gatos preteridos são acolhidos em espaço improvisado

22 setembro 2014 - 22h30Por Rosana Rodrigues
 Animais abandonados em horto de São Pedro fazem a alegria de funcionários

Zorro, Sucata, Lessinha e tantos outros nomes carinhosos ganharam a vida de alguns cães e gatos abandonados que chegam frequentemente ao Horto Escola Artesanal de São Pedro da Aldeia. Adultos e Sem Raça Definida (SRD), eles são preteridos na hora da adoção, mas nunca rejeitados por alguns funcionários dedicados da entidade. A começar pelo próprio diretor da instituição, o professor Jomar Jotha, que muitas vezes arca com as despesas do próprio bolso para a compra de ração e medicamentos dos que chegam lá entre a vida e a morte. Apesar do espaço amplo, o local é ainda improvisado para receber os pets, já que não é especificamente um abrigo. Atualmente são quatro gatos e seis cães adultos, além de três filhotes com quase dois meses.

Os cachorros chegaram à entidade e há poucos dias foram diagnosticados com lepra canina. No entanto, o veterinário do horto já aplicou medicamento que está restabelecendo a saúde dos animais.  A auxiliar de serviços gerais Joana Sampaio é a única funcionária que trata de todos os animais, mesmo daqueles que oferecem mais riscos, inclusive os galos de estimação. Ela se divide entre as tarefas na instituição e os cuidados com os pets. Também se reveza durantes os fins de semana com Jomar a fim de alimentar toda a cria.

- São mais de 15 quilos de ração por semana. Nós tratamos, vermifugamos e os colocamos em bom estado de saúde. Só não dá para vacinar porque a dose da vacina importada é muito cara, cerca de R$ 50, R$ 60. O novo dono fica com o compromisso de imunizar – conta a funcionária.

Lessinha, uma vira-latas dócil e amorosa, está há mais de quatro anos na entidade e já teve quatro crias.

- Na primeira cria, ela foi atropelada na RJ 140 e ainda estava amamentando. Mas, logo se recuperou. Ela já é nossa - sentencia  a secretária Samea Sarieddine, que também se dedica aos pequenos.

Zorro, um gato negro, arredio, que chegou há um ano no local, não chegava perto de qualquer pessoa. Joana, moradora do Porto da Aldeia, já consegue pegá-lo no colo e arrisca até fazer carinho.

Outro bichano que chegou debilitado à instituição não teve sorte em sua gestação, mesmo cercado de carinho e cuidado. A gatinha mestiça perdeu seus seis filhotes.

- Acho que os gatinhos estavam muito prematuros. Ela está muito abatida e triste. Não esboça qualquer reação – conta a auxiliar.

Já a Sucata, uma SRD, é a xodó do horto. Peludinha e de cor caramelo, ela é cria da casa. A cadela foi adotada há cerca de um ano e foi encontrada na rua com cinco filhotes no bairro Balneário, onde funciona o horto.

- Conseguimos doar todos eles, mas ela preferiu ficar porque os adultos são mais difíceis de serem adotados.

Os três mais novinhos da entidade, com cerca de dois meses, chegaram há mais de um mês numa caixinha por meio de guardas ambientais. Eram seis fêmeas, agora as três restantes estão à espera, numa casinha, de um lar.

Samea conta que volta e meia testemunham acidentes com animais na rodovia que fica em frente à instituição. Há pouco tempo, um cavalo foi atropelado pela esposa de um político e até polícia esteve no local para registrar o fato. Samea ainda tentou, em vão, evitar o sacrifício do animal por um mês.

- Ele era meu. Consegui que o dono, inclusive, fizesse uma declaração passando a propriedade para mim, já que o veterinário disse que só o sacrificaria com a autorização do proprietário. Como não houve o consentimento, ainda convivi vários dias com ele. Infelizmente o veterinário teve que praticar a eutanásia para evitar mais sofrimento porque ele não estava mais levantando. Até injeção de antibiótico, aprendi a dar nele – lembrou a secretária.

O telefone do Horto Escola Artesanal é o: 2621-9095