NICIA CARVALHO
As testemunhas arroladas no processo contra Anansa Gonçalves, 35, e Priscila Monteiro, 32, acusadas de tentativa de homicídio contra Raquel Marinho, de 35, no início de junho, serão ouvidas em audiência que está marcada para o dia 10 de setembro, no Fórum de Cabo Frio. O horário ainda vai ser definido pela Justiça. As duas mulheres continuam detidas no presídio de Bangu, no Rio de Janeiro, desde a segunda quinzena de junho. Ambas também devem prestar depoimento.
– Os filhos de Anansa estão com a avó, e eu não tenho contato com os meus filhos porque a Raquel tem medida protetiva contra mim. Logo, não posso chegar perto. Infelizmente, não conseguimos a liberdade delas e agora é torcer pelos esclarecimentos na audiência – contou Rafael Almeida, namorado de Anansa.
Segundo ele, a prisão temporária de ambas, de 30 dias, foi prorrogada. O prazo para apreciação do pedido de habeas corpus feito pela defesa à Justica, na segunda quinzena de junho, expirou. Moradoras do Jardim Esperança, Anansa e Priscila foram transferidas da Delegacia de Arraial do Cabo para o Complexo Penitenciário de Gericinó, Bangu 8.
Em duas ocasiões, familiares e amigos das acusadas protestaram contra a prisão das mulheres, a primeira em frente ao Fórum de Cabo Frio e a segunda em uma carreata que partiu do Jardim Esperança até à Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam). Eles alegaram falha na investigação da Deam, que conduziu o processo.
Entenda o caso – Anansa e Priscila foram presas por Uma mãe acusou o Hospital da Mulher, em Cabo Frio, de negligência médica pela morte prematura de uma bebê na tarde de anteontem. Monique Cristina Barbosa, de 22 anos, teria recebido alta na segunda-feira, quando fez um parto espontâneo e perdeu o filho logo em seguida. Esse é o segundo caso de morte pós-parto na unidade somente neste mês.
De acordo com Lucas Conceição, o pai da criança, o parto foi realizado dentro de casa e a criança chegou morta na Unidade de Pronto Atendimento por conta
de uma suposta participação numa tentativa de homicídio a Raquel Marinho. As acusadas teriam atirado no carro onde estava Raquel, ex-mulher do atual namorado de Anansa.
Os parentes, no entanto, apresentaram outra versão sobre o ocorrido, que teria sido motivada por ciúmes. Segundo eles, Raquel, ex-mulher de Rafael Almeida (atual de Anansa), não teria aceitado o fim do relacionamento e não aprovava o novo envolvimento de Rafael.
Desde o início do ocorrido, Robson Coelho, marido de Priscila, não quis se manifestar sobre nenhum aspecto do caso, seja a motivação, o pedido de prisão ou sobre o habeas corpus.
Familiares, assim como amigos da igreja metodista à qual ambas frequentavam no Jardim Esperança também afirmaram que o bom entendimento das duas com a irmã de Rafael era mal visto por Raquel. Inconformada, a ex teria criado diversos artifícios para atingi-las, culminado com a acusação de tentativa de homicídio.
– Todos a conhecem – afirmou o pastor Herlon Romão.