Ainda com pendências de pagamento a cerca de 800 funcionários contratados, 70 das 90 escolas da rede municipal de Cabo Frio recomeçaram as aulas ontem para concluir o ano letivo de 2016, completamente comprometido por causa dos sete meses de greve dos servidores. Após a assembleia da categoria de anteontem, a chance de haver uma nova paralisação na segunda-feira não está afastada, mas, nas salas de aula, o clima era de normalidade e de esperança de que, a partir de agora, não haverá mais interrupções.
– Quando a gente tem aluno dentro da escola, a gente tem vida. Temos muita alegria de ver esses alunos retornado. Acredito que o problema dos contratados que não receberam será resolvido até sexta-feira. E que segunda a gente continua normalmente – disse a diretora do Colégio Rui Barbosa, Márcia Marques.
Para tentar recuperar o tempo perdido e cumprir a carga horária exigida pelo MEC, os alunos da tradicional escola do Centro terão que se desdobrar em aulas no contraturno e nos sábados letivos. A medida não agrada muito os estudantes que, apesar de tudo, voltaram animados.
– É difícil absorver tanta informação a essa altura do campeonato. Posso não ter o mesmo desenvolvimento do que se fosse estudar durante o ano inteiro – alega Júlia Senos, de 17 anos, que cursa o 2º ano do Ensino Médio e teve o sonho de cursar a faculdade de Publicidade adiado em um ano.
Em outros colégios da cidade, o clima também era de tranquilidade. Na escola João Rocha, na Vila Nova, que atende 320 crianças da Educação Infantil e do Ensino Fundamental, o movimento de pais, alunos e professores foi o de costume do período anterior à greve. Segundo uma funcionária que não quis se identificar, poucos contratados ainda não receberam. Na Antônio da Cunha, na Passagem, a situação é semelhante. Quase nenhum reparo a fazer e professores na sala de aula.
– Creio que vai ser melhor que no ano passado. Espero que esse prefeito olhe pelas nossas crianças – disse, confiante, a dona de casa Angélica Rodrigues, mãe do pequeno Yuri, de oito anos.