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alair corrêa

A política do disse-me-disse

Em tempos de crise, prefeitáveis priorizam tiroteio verbal e deflagram campanha

05 setembro 2015 - 13h11

RODRIGO BRANCO

 

A campanha oficial para prefeito de Cabo Frio começa apenas em junho do ano que vem, mas pelo tom das declarações dos três principais postulantes ao cargo, que aumentou consideravelmente nos últimos dias, tendo como pano de fundo a crise econômica vivida pelo município, fica exposto um embate que, há muito, já começou.
Frasistas inspirados, o prefeito Alair Corrêa (PP), de um lado, e o deputado federal Marquinho Mendes (PMDB) e o deputado estadual Janio Mendes (PDT), de outro, têm trocado chumbo publicamente de forma intensa, com uma verborragia digna dos conflitos entre tucanos e petistas, em nível nacional. O último round, entre Janio e Alair, aconteceu esta semana por conta da tentativa de empréstimo da Prefeitura junto ao mercado financeiro como forma de compensação dos royalties, possibilidade prevista por resolução do Senado Federal.
Na cerimônia de entrega do cargo de secretário de Saúde, na terça, Alair chamou o pedetista de ‘bobalhão’ por recolher assinaturas nas ruas para ingressar com ação popular a fim de impedir o acordo, lesivo às futuras administrações, segundo o deputado que, questionado, devolveu dizendo que até ‘bobos’ sabem que o ‘prefeito quebrou a Prefeitura’. Tempos antes, utilizando-se de um termo referente à crise hídrica, Janio disse que o mandatário cabofriense estaria ‘no volume morto’.
Mas é no binômio Marquinho-Alair, outrora aliados e hoje adversários ‘preferenciais’, que reside a maior troca de farpas. São históricas as declarações do parlamentar de que o prefeito ‘é seu maior cabo eleitoral’. À Folha, Alair já retrucou, em tempos de popularidade mais alta, que venceria ambos na disputa. Esta semana, sem citar o nome do rival, Marquinho disse que terão que ‘derrotá-lo nas urnas’, ao comentar a condenação pelo TSE, por supostas irregularidades quando era prefeito.
Para o colunista da Folha, Paulo Roberto Araújo, mais do que deflagrar antecipadamente o processo eleitoral, o disse-me-disse expõe o que considera como falta de projetos para tirar a cidade da situação em que está.
– Bater uns nos outros é fazer uma cortina de fumaça para esconder o que todo mundo vê: ausência de propostas concretas para acabar com a dependência dos royalties – analisa.
Nos próximos 13 meses, podem faltar recursos, mas seguramente sobrarão frases de efeito.

Frases ditas pelos prefeitáveis esta semana

Alair Corrêa: "É direito nosso (o empréstimo) e ainda tem uns bobalhões tentando impedir".
 

Marquinho Mendes: "Eles vão ter que me vencer na urna".

 

Jânio Mendes: "Alair está no volume morto".