Em comemoração aos 90 anos de existência do Cristo Redentor, que será celebrado no dia 12 de outubro de 2021, o monumento – uma das sete maravilhas do mundo – está passando por restauração. Entre as pessoas que estão envolvidas nesta missão está a arquiteta Mestre em Patrimônio, Cristina Ventura, que é coordenadora da Casa Museu Carlos Scliar desde 2004 e há 20 anos mora em Cabo Frio.
– É importante esclarecer que o Cristo não está sendo reconstruído, mas sim que está passando por um trabalho de conservação. O termo “reconstruído” é inadequado porque ele é utilizado quando se tem que refazer algo que foi abaixo, e esse não é o caso.
A arquiteta conta que o trabalho de conservação e prevenção é de extrema importância.
– Para ilustrar de uma maneira clara: um trabalho de prevenção evitaria o acidente que aconteceu no Museu Nacional em setembro de 2018. Não perderíamos o acervo do maior museu de história natural e antropológica da América Latina – ressalta.
O trabalho de conservação é realizado pela Mitra Arquidiocesana do Rio de Janeiro, que é responsável pelo monumento. Com projeto viabilizado pela Lei Rouanet, a Mitra conseguiu contratar a empresa Cone Sul para o projeto de restauração.
– Eu trabalhei para a empresa [Cone Sul] em 2013 e 2014, na restauração da cobertura do Convento Nossa Senhora dos Anjos, onde fica localizado o Mart, o Museu de Arte Religiosa e Tradicional, em Cabo Frio. Na obra, atuei como arquiteta residente e acompanhei a restauração da cobertura.
Neste primeiro momento, a arquiteta relata que o trabalho trata do diagnóstico do Cristo a partir dos levantamentos com base nas análises e testes laboratoriais dos materiais que constituem o Monumento. O resultado das análises indicará a qualidade e o comportamento da estrutura em concreto armado, de braços abertos, localizada a cerca de 700 metros de altura, exposta às do tempo intempéries ao longo dos últimos 90 anos.