Como conciliar o trabalho e o desejo de ver a Seleção Brasileira jogar? Esse é o dilema que muita gente enfrenta durante a Copa. Mas, não tenham dúvidas, eles sempre dão um jeitinho de ver os jogos do Brasil.
O gari Antônio Túlio da Conceição, de 55 anos, ganhou uma autorização especial do seu chefe. Ele trabalha diariamente, das 13h às 20h, na varrição das ruas do bairro de São Cristóvão. Antônio foi liberado para assistir ao jogo, com a condição de que, depois da partida, deixasse a praça e as vias um brinco.
– Essa é a segunda Copa do Mundo que trabalho durante os jogos do Brasil. Mas, assim como esta, sempre dei um jeito de ver a seleção brasileira – contou ele, satisfeito.
Tem coisa mais difícil do que, além de não poder assistir o Brasil jogar como gostaria, ainda ter que servir aos clientes? A garçonete Vanessa Pereira, de 39, já se acostumou com isso.
– Dou sempre um jeitinho de dar uma olhada no jogo. Quando não, peço ao cliente para esperar um pouquinho – disse.
Companheiro de Vanessa no restaurante, o chefe Sérgio Rubens, de 34, montou um esquema na cozinha para que ele e sua equipe de quatro pessoas não perdessem um lance do jogo. Ele instalou uma pequena televisão sobre o fogão industrial. Assim, todos podem cozinhar e torcer pelo Brasil ao mesmo tempo.
– Precisamos trabalhar, mas também queremos torcer pela vitória brasileira – explicou ele, que acertou ao dizer que o Brasil iria vencer a partida, mas errou o placar: disse que seria 3 a 1.
O garçom Adailton Motta, de 22, contou que iria torcer pela seleção, mas que prefere trabalhar a estar de folga.
– Eles (os jogadores) têm muito dinheiro. Eu, não, dependendo do meu trabalho – disse, sorrindo.
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