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Técnico da Argentina jogou no Correão em 1985

Trajetória deAlejandro Sabella passa pelos campos de Cabo Frio

12 julho 2014 - 15h07Por Filipe Rangel
Técnico da Argentina jogou no Correão em 1985

Se alcançar o objetivo de ser campeão mundial amanhã, o técnico argentino Alejandro Sabella vai estar coroando uma trajetória que tem um capítulo em particular que aconteceu aqui, em Cabo Frio. Sabella e seus comandados pisam no Maracanã às 16h para enfrentar a Alemanha e tentar o tricampeonato para a Argentina, mas o caminho que o conduziu até lá conta a história de um Sabella com as chuteiras nos pés, craque, cerebral...e no Correão.

O ano é 1985. O Grêmio prepara-se para jogar dois torneios na Holanda. O empresário Ernesto Galiotto, gremista fanático e radicado em Cabo Frio, convence o presidente Irany de Oliveira Sant’Anna a fazer a preparação do time em solo cabofriense. E o mandatário gremista topa. O elenco que há um ano e meio dali havia sido campeão mundial e tinha estrelas como Renato Gaúcho, Valdo e Bonamigo, desembarca em Cabo Frio no dia 27 de julho. Um dia depois, entra em campo contra o Tamoyo, que disputaria a terceira divisão do Carioca naquele ano. A partida foi vencida pelos gremistas, 1 a 0, com gol na reta final do jogo.

– Naquela época havia dois times na cidade, o Tamoyo e a Associação Atlética Cabofriense. O Alair (Corrêa, que era prefeito também na época) pediu que o Grêmio jogasse contra a Cabo-friense, mas eu disse: “Alair, é o jogo do Galiotto. Do meu time do coração contra o time que eu patrocino” – diverte-se Galiotto.

Segundo o empresário, Sabella foi o melhor jogador em campo, apesar de o gol ter sido marcado pelo meia Osvaldo.

– Ele era um camisa dez cerbral, craque de bola. Se tivesse de fazer uma comparação com os jogadores de hoje, diria que o estilo dele lembra o Oscar, da Seleção. Mas ele era mais maduro. Acabou com a partida – afirma o gremista fanático.

O encontro entre campeões do mundo e anônimos cabofrienses ajudou muitos jogadores a irem para clubes maiores.

– Falei com o Rubens Minelli (técnico do Grêmio) para indicar alguns jogadores para times da segunda divisão brasileira. Então, além de ter sido uma brincadeira divertida, gostosa, foi uma boa oportunidade para os jogadores daqui – conta Galiotto.

Um desses jogadores era Lenílson, pai do atacante cabofriense André, do Atlético-MG. Ele lembra que a realidade dos atletas naquela época era muito diferente da de hoje e que o jogo contra o Grêmio foi uma oportunidade aguardada ansiosamente.

– O sonho de todo mundo era se destacar para poder ser pescado pelo Grêmio. Naquela época não tinha isso de empresário, o jogador daqui trabalhava de dia e treinava de noite. Eu trabalhava na Marinha. Então, todo mundo ficou na expectativa – conta ele, hoje aos 56 anos.

Lenílson, que passou ainda por Juventude-RS, Botafogo-SP e vários outros clubes, era “centroavante matador”, como se define, mas jogou aquela partida no meio-campo. E, lembra ele, esteve perto de vencer um time campeão do mundo.

– A gente podia ter vencido se o Badico não tivesse perdido um gol – brinca ele.