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Craques do jornalismo esportivo

No YouTube, a taça vai para a Litoral News: emissora cobre Copa do Mundo e viraliza na internet

Os irmãos Marcelo e Sidão Marinho chegaram a ficar no top 10 da plataforma com a transmissão do mundial

24 novembro 2022 - 09h01Por Cristiane Zotich

Em tempos de globalização, acompanhar as transmissões e os detalhes da Copa do Mundo pelos canais de TV (abertos ou por assinatura) é somente uma das várias alternativas. Em pleno mundial de futebol, dois jovens cabo-frienses estão mostrando que as plataformas digitais se tornaram uma realidade cada vez mais presente na vida das pessoas. Filhos do narrador esportivo Sidnei Marinho, Marcelo e Sidão Marinho comandam as transmissões do maior campeonato de futebol do mundo através do You Tube da Rede Litoral News, que tem mais de 440 mil inscritos.
 
— Nosso YouTube é, hoje, um dos principais canais de transmissões esportivas do Brasil. Lideramos a audiência o ano inteiro no canal da Litoral News. Temos um compromisso com nossos inscritos e ouvintes de levar a emoção sempre ao vivo do estádio. A Copa do Mundo coroa todo esse trabalho que está sendo feito e que cresce a cada dia — explicou Sidão, que está em Cabo Frio comandando uma rede de comentaristas e repórteres que analisam e trazem informações junto com a equipe do canal Bate Fundo Esportivo.

Enquanto isso, Marcelo está no Catar. Ele deixou o Brasil no último dia 11, acompanhou a seleção brasileira na Itália, e chegou ao país sede do mundial no último dia 18, onde acompanha e traz detalhes de todos os treinos da seleção, bastidores e transmissões ao vivo nos estádios. Somente o vídeo do primeiro treino da seleção brasileira, no último dia 14, em Turim, na Itália, rendeu mais de 600 mil visualizações e centenas de comentários, chegando a ficar entre o Top 10 dos vídeos mais vistos da plataforma. 
 
Com apenas 22 anos, Sidão está cursando faculdade de jornalismo e desde 2013 atua com transmissões esportivas. Marcelo tem 23 anos, já é formado pela UFRJ e começou a trabalhar com cobertura esportiva em 2014.
 
— O esporte sempre esteve na minha vida. Meu sonho de criança era ser jogador de futebol, e o sonho de todo jogador de futebol é estar numa Copa do Mundo. Eu tinha o sonho de ter meu pai narrando um jogo meu, um gol meu. E agora, estar aqui no Catar, com o microfone da Litoral News, acompanhando de perto uma Copa do Mundo, é a realização de um sonho — contou Marcelo.

 


 
Mesmo estando no Brasil, para Sidão a experiência está sendo “inigualável”. 
 
— É a realização profissional de qualquer pessoa que ama e trabalha com o jornalismo esportivo. Mesmo jovens, já temos uma experiência muito grande em grandes coberturas. Somos dois dos únicos poucos jornalistas que estiveram presentes em todas as finais únicas da Libertadores (Lima, Rio, Montevideo e Guayaquil). O sentimento é de realização, e principalmente felicidade. Trabalhar ao lado do meu irmão e do meu pai é indescritível. Nosso pai é o nosso grande espelho e mestre, nossa maior referência.
 
Marcelo contou que, embora a cobertura de um mundial de futebol sempre fizesse parte dos seus planos profissionais como jornalista esportivo, a previsão para a realização deste sonho era só para 2026.

— Nunca imaginei que estaria cobrindo uma Copa do Mundo em pleno 2022. Tudo tem sido uma enorme emoção. Me emocionei quando entrei no avião, me emocionei quando cheguei à Itália para cobrir todos os treinos da seleção, me emocionei quando cheguei no Catar. Me emociono a todo instante.
 
E, se estar cobrindo o mundial de futebol é um sonho para Marcelo, ele lembra que para pessoas de várias partes do mundo estar perto da seleção brasileira é igualmente importante.
 
— Elas gostam muito do futebol brasileiro. E os países periféricos da Ásia e do Oriente Médio, que não têm tradição no futebol, e dificilmente terão a seleção participando de uma Copa do Mundo, acabam torcendo para o Brasil ou para a Argentina. São pessoas que conhecem a cultura do Brasil através do futebol, das dancinhas que os jogadores fazem durante as comemorações do gol. Eu não sou de dançar, mas teve um dia que encontrei dois meninos da Palestina e um do Iraque, e eles estavam me ensinando a dançar o Funk do Bailão, fazendo toda a coreografia que o Neymar faz nas comemorações. Foi muito legal — contou.


 
Por falar nisso, Marcelo lembra que já viveu alguns choques culturais no Catar: um deles foi a temperatura típica de deserto. Ele havia acabado de deixar a Itália, com temperatura de 6 graus, fez escala na Suécia com temperatura negativa e neve. No Catar, encontrou calor e clima extremamente seco.
 
— Mas nada se compara ao café da manhã daqui. Até encontrei um pão aqui e outro ali, mas no geral parece mais um almoço, uma janta: tem arroz, carne,e toda aquela comida típica aqui da região. Não dá  Não tenho estômago forte pra comida pesada 30 minutos depois de acordar — contou, aos risos.
 
De volta aos campos, Marcelo contou que “é incrível ver como o futebol mexe com as pessoas”.
 
— Elas ficam nervosas, vibram, choram, e numa Copa do Mundo isso passa a ter uma dimensão ainda maior. Eu mesmo não tinha ideia de que o mundo todo estaria aqui. Tem gente de todos os cantos do mundo: do Chile, da Colômbia, da Ucrânia, de vários países que nem estão disputando o mundial. É muito louco. Existe até uma máxima que diz que você tem que entrar numa transmissão como se fosse jogo de Copa do Mundo. Eu até concordo, mas só estando aqui você percebe como essa é uma emoção diferente e única.

 
Além da emoção, Marcelo ainda tem que lidar com uma grande ansiedade: como vai cobrir toda a Copa do Mundo do Catar, espera estar numa quarta de final entre Alemanha e Brasil “pelo menos para amenizar aquele 7x1 de 2014”. Para Sidão a ansiedade é por um clássico Brasil x Argentina “talvez numa semifinal”, mas concorda com Marcelo que um encontro com a seleção da Alemanha “para devolver aquele 7x1, talvez não no placar, mas uma classificação em cima dos alemães, o que seria histórico”. Já sobre a final, os irmãos têm palpites diferentes:
 
— Eu tenho certeza que o hexa é nosso. E pelo o que tenho visto aqui, com a França cheia de problemas, aposto numa final entre Brasil e Inglaterra, com nossa seleção vencendo por 2 x 1, Richarlisson sendo artilheiro, e Neymar o melhor jogador da Copa — diz Marcelo.
 
— Acho que a final será entre Brasil x Bélgica. Inglaterra e França também têm chance de enfrentar o Brasil na final. Mas desde o sorteio dos grupos eu coloco a final entre Brasil e Bélgica: Brasil 2 X 1 Bélgica, gols de Vini Jr. e Pedro — revelou Sidão.