Do outro lado da linha, a voz do melhor jogador de vôlei de praia do mundo, Bruno Oscar Schmidt, confirma o que a Folha antecipou com exclusividade na edição de anteontem: a medalha de ouro tem um pé em Cabo Frio.
– Sou completamente cabofriense – declarou o jogador, que anteontem brilhou nas areias de Copacabana.
Bruno falou com a nossa equipe 14 horas depois de garantir o ouro ao lado do parceiro Alison Cerutti. Detalhe: ele sequer havia dormido. Mesmo exausto, não só por estar acordado há tantas horas, mas por toda a pressão que admitiu ter sofrido nos últimos dias, foi atencioso e fez questão de falar da cidade onde morou por 12 anos.
– Sinto muita gratidão por tudo o que vivi aí em Cabo Frio – declarou.
Confira a entrevista exclusiva.
Folha – Seu pai me disse que você se sente cabofriense?
Bruno Schmidt – Eu sou completamente cabofriense. É um momento único na minha vida. Tudo o que vivi até chegar aqui passa na cabeça nesse momento. Foi em Cabo Frio que me apaixonei por esporte ao ar livre. Foi na Praia do Forte que comecei a jogar.
Folha – O pessoal da cidade ficou eufórico ao saber que você é daqui...
Bruno – Imagino, li a matéria de vocês, curti no Facebook e achei demais o carinho de vocês por mim. Muito obrigado pela matéria. Essa medalha não é do Alison e do Bruno. Essa medalha é do Brasil, é de Cabo Frio, é de todos vocês e de todos os lugares deste país.
Folha – Qual a importância de Cabo Frio na sua vida?
Bruno – Foi Cabo Frio que despertou em mim essa paixão pelo esporte. Muita gratidão por tudo o que vivi aí na cidade.
Folha – Soube que você ainda nem dormiu...
Bruno – Não dormi desde ontem, não dormia direito antes... Disputar e ganhar uma medalha de ouro é tudo aquilo que dizem mesmo, é incrível.
Folha – Vai descansar agora?
Bruno – Um pouco, mas já tem competição marcada para o mês que vem nos Estados Unidos.
Folha – Seu pai disse que se você ganhasse o ouro iria dar um neto a ele... E aí, o Felipe vai ser vovô?
Bruno – (Gargalhou alto) Ainda não, mas vou pensar no pedido dele sim.
Folha – O que você tem a dizer aos cabofrienses neste momento?
Bruno – Hoje ver o pessoal daí curtindo essa medalha comigo é demais. Não tenho palavras para expressar o que sinto. Não tenho palavras para agradecer o carinho de vocês.
Folha – Obrigada pela sua atenção, Bruno.
Bruno – Eu que agredeço por tudo. Fiquem com Deus.