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FUTEBOL

Boa campanha na Série D do Brasileiro firma Cabofriense no calendário "pós-Carioca"

Desempenho faz clube sonhar em passar para a fase mata-mata e brigar pelo acesso à Série C

06 novembro 2020 - 11h40Por Tomás Baggio

Vida de clube de investimento reduzido costuma se resumir a poucos meses de atividade intensa durante o ano. Geralmente é assim com a Cabofriense, que, apesar da rotina anual na primeira divisão do Campeonato Carioca - normalmente em janeiro, fevereiro e março -, muitas vezes batendo de frente com os grandalhões da capital e beliscando jogos mais decisivos, tem no restante do ano o marasmo da falta de competições importantes. Em 2020 está sendo diferente. O acesso à Série D do Campeonato Brasileiro proporciona não apenas um calendário fixo para o restante da temporada, mas a chance de se destacar e buscar vaga em um campeonato com mais investimento e visibilidade, como é a Série C.

A Cabofriense ganhou o direito de disputar a Série D do Campeonato Brasileiro neste ano após ficar em 6º lugar no Carioca de 2019. O clube não disputava uma competição nacional desde 2015, quando esteve na Copa do Brasil, com a vaga conquistada após a bela campanha do ano anterior no Carioca, em que chegou até as semifinais - a melhor participação na história do clube no Carioca. Pelo Campeonato Brasileiro, esteve na Série C pela última vez em 2006, quando a D nem existia ainda.

Embora seja um clube de investimento pequeno mesmo no universo da Série D - competição que tem equipes com mais estrutura e recursos como Ferroviária (SP), Mirassol (SP), Novorizontino (SP), ABC (RN), América (RN), Moto Club (MA), Joinville (SC), Cascavel (PR), entre outros, a Cabofriense vem cumprindo seu papel. Com 5 vitórias, 4 empates e 1 derrota em dez jogos, ocupa a segunda colocação do grupo A7, a quatro jogos do fim da primeira fase - os quatro melhores de cada um dos oito grupos passam para o mata-mata.

Como os classificados do grupo A7 começam a fase mata-mata enfrentando os classificados do grupo A8, pela classificação até a 10ª rodada, a Cabofriense pegaria o Joinville em uma eventual classificação. 

Mas o time de Cabo Frio precisa manter a pegada em novo desafio neste sábado (7), jogando em casa contra o Bangu, às 15h no Estádio Correão - sem a presença de público.

A missão é complicada. Um dos trunfos do time, o experiente técnico Toninho Andrade, que chegou ao Tricolor Praiano após uma parceria firmada com o Madureira, time que comandou no Carioca deste ano e que aceitou emprestá-lo junto com auxiliar, analista de desempenho e mais cinco atletas, costuma dizer aos jogadores que é preciso competir em alto nível do início ao fim de cada partida.

"É um momento muito positivo. Quando entramos na competição, devido à chave que pegamos, com times de grande investimento, achavam que a Cabofriense não ia brigar em cima. Então precisamos aproveitar o momento da melhor maneira possível. O nível de competição é muito alto, então sempre digo aos jogadores que precisamos competir em alto nível o tempo inteiro, do início ao fim dos jogos, em todas as partidas. O segredo é entender que a competição vai sempre exigir um desempenho de alto nível, e se a equipe conseguir manter o que está sendo feito, tem tudo para passar de fase", afirma Toninho, que tem na bagagem a experiência de ter comandado o vice-campeonato do Macaé na Série D em 2009, com acesso para a Série C no ano seguinte.

Um dos destaques do time é o atacante Gustavo Coutinho, jogador de 21 anos emprestado pelo Fortaleza (CE), artilheiro da Cabofriense na competição com cinco gols. Outro destaque é o volante Marcelo Gama, natural de São Pedro da Aldeia e formado nas categorias de base da Cabofriense, que no ano passado disputou a mesma Série D pelo Brusque (SC), além do goleiro George, dono da posição após virar referência em quatro anos no clube (tem contrato até o ano que vem). Já a base vem sendo representada por garotos como Pedrinho e Nathan, que subiram neste ano para os profissionais.

Mesmo com o bom desempenho, Toninho Andrade é cauteloso no discurso sobre até onde a Cabofriense pode sonhar. Ele diz que o primeiro objetivo é fazer uma campanha digna.

"Eu acredito que, quando se entra em uma competição, a expectativa é ser campeão. Se não puder, então é buscar o acesso. E se também não for possível, pelo menos fazer uma campanha digna. Então estamos dentro deste primeiro passo, que é fazer uma campanha digna, e aos poucos vamos passando para outros objetivos. O campeonato é muito difícil, mas estamos preparados e seguiremos buscando estar em alto nível a cada jogo", considera o treinador.