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ESPORTE

Atletas de Iguaba e Araruama vão disputar o Carioca de Futebol Feminino

Larissa Andrade e Letícia Monteiro assinaram contrato profissional com o Olaria e já estão treinando

20 setembro 2024 - 12h44Por Redação
Atletas de Iguaba e Araruama vão disputar o Carioca de Futebol Feminino

Duas atletas da Região dos Lagos foram selecionadas, e agora possuem contrato assinado com o Olaria Futebol Clube para o Campeonato Carioca Feminino de 2024. Larissa Andrade (20 anos), de Iguaba Grande, e Letícia Monteiro (18 anos), de Araruama, foram escolhidas após uma peneira que contou com cerca de 90 candidatas, e já começaram a treinar.

Larissa começou sua trajetória no futsal, mas foi através de Flávio Fonseca, da Academia Fonseca de Alto Rendimento, em Iguaba, que deu os primeiros passos no futebol de campo.

– Eu tinha 18 anos quando conheci o Flávio. Na época estavam montando o time Iguaba Grande Futebol Feminino, eu fazia parte da equipe, e ele me falou sobre a inscrição para a peneira no Olaria. Desde pequena eu sonhava em ser jogadora de futebol profissional, mas nunca tive oportunidade. Tenho muito que agradecer a Deus e ao Flávio, pois foi ele quem me ajudou a iniciar essa caminhada - contou Larissa.

Hoje, aos 20 anos, a atleta celebra a conquista de um contrato profissional com o time carioca, e se mantém focada em sua preparação física para a temporada.

– Estou vivendo um dia de cada vez, trabalhando duro para contribuir com a equipe. Tento não colocar muita expectativa, mas sim focar no meu trabalho, fazendo o que tiver que ser feito - comenta Larissa, que reconhece seu irmão, torcedor fanático do Vasco, como seu grande incentivador no futebol. “Eu via ele jogar, gostava bastante do estilo dele, e comecei a ter vontade de jogar bola também. Se não fosse por ele, eu nem estaria aqui no futebol hoje” - contou.

Letícia também tem uma trajetória marcada pela persistência. Apaixonada por futebol desde pequena, ela enfrentou certa resistência em casa.

– Minha mãe não apoiava muito a ideia, então fiquei cinco anos sem jogar bola. Quando voltei a jogar, meu pai disse que se era isso que eu queria, ele me apoiaria. Foi minha irmã e meu pai que convenceram minha mãe a me deixar jogar futebol - relembrou Letícia.

Luciane Mattos, proprietária da M&M Alto Rendimento de Futebol e Vôlei, contou à Folha que observou o potencial de Letícia desde o início.

– Ela jogava bola com minha filha (Larissa Aloe), e eu disse ao pai dela: “Olha, ela não é para estar na escolinha, ela precisa de algo mais avançado” - recorda a empresária, que acompanhou o desenvolvimento da jovem atleta.

Com o apoio da família e dos treinadores, Letícia superou os desafios iniciais e hoje está se adaptando à intensa rotina de treinamentos do time profissional. “É muito cansativo porque antes a gente não treinava todo dia. Mas aos poucos vou me adaptando” - revelou.

O retorno do Olaria ao futebol feminino é cercado de grandes expectativas. O clube, que já havia formado seu primeiro time feminino em 1983, retoma essa tradição com a formação de uma nova equipe para a disputa do Campeonato Carioca de 2024. Segundo Wellington Caluta, gerente de futebol do clube, a expectativa é de ótimos resultados:

– A expectativa é grande principalmente por ser um trabalho novo. E tudo aquilo que foi bom na gestão masculina a gente quer replicar também na equipe feminina, sabendo que são pessoas, características e atletas diferentes. Foram quase 90 atletas fazendo a peneira e 25 foram selecionadas para integrar a equipe, sendo duas da Região dos Lagos, saindo do tradicional eixo da região metropolitana. Isso é uma resposta da sociedade que anseia pelo futebol feminino. Por isso a expectativa é de um ótimo trabalho e de ótimas vitórias nesta reestreia do time feminino - revelou.

O trabalho com a nova equipe é completo e inclui também acompanhamento técnico especializado. O fisioterapeuta cabo-friense Sandro Gago é quem cuida da prevenção de lesões e do monitoramento físico das atletas.

– A composição muscular das jogadoras requer mais cuidado. Vamos traçar metodologias individualizadas, considerando inclusive questões hormonais e a fisiologia do coração feminino, que são fatores cruciais para o aumento da performance - explicou Sandro.

Com essa estrutura, o Olaria busca não apenas vitórias no campo, mas também o desenvolvimento e a exportação de talentos do futebol feminino. “O Brasil é um celeiro de atletas femininas, e sabemos que em breve veremos várias jogadoras daqui sendo exportadas para grandes clubes internacionais”, complementou o fisioterapeuta.