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Graça Lima

Aos 63 anos, Graça Lima dá remadas na fonte da juventude

Praticante de canoa havaiana, surfe e stand-up trocou sedentarismo por vida saudável

24 julho 2016 - 14h44Por Gabriel Tinoco I Foto: Reprodução
Aos 63 anos, Graça Lima dá remadas na fonte da juventude

Quem se depara com Graça Lima sabe: o mar é mesmo a fonte da juventude. A senhora de 63 anos tem o costume de remar até Arraial do Cabo pelo menos três vezes na semana (segunda, quarta e sexta). Quase no mesmo ritmo, passeia de stand-up paddle com o seu maior terapêuta: o mar.
E dessa fonte ela bebe até hoje.

A mudança começou há quatro anos, quando a quase sexagenária sofria do mal da morte súbita (miocardiopatia): “o médico me proibia até de subir escadas”, conta ela. Muito por conta disso, Graça engordou e chegou a pesar 82 quilos. Nesse momento, o mar mostrou outros ucaminhos além do sedentarismo.

– Foi época da escolinha de de surfe da Fly. Comecei a conversar com os meninos, que eram bem mais novos que eu. Um dia falei que gostaria de surfar para eles. Gostei muito do surfe e passei para o stand-up paddle. Noutro dia, convidei os meninos para me levarem da Praia do Forte até a Ilha do Japonês. Eles estavam me segurando. Quando olhei para frente, eles tinham me soltado. Então pensei, agora vamos embora – conta, aos risos, sem mais nenhum problema de saúde desde que começou a se exercitar.

Atualmente com 57 quilos, Graça Lima já acorda de olho na previsão meteorológica para ver as condições do mar. Com bom tempo, ela rema até outras cidades em cima da prancha do stand-up

Algum problema? Sim. Ninguém aceita fazer companhia à senhora.

– O stand-up me confere mais liberdade. Posso ir aonde quiser. Mas vou sozinha. Não tenho ninguém para me acompanhar. Tem vezes que remo de canoa e, no mesmo dia, ainda dou uma volta de stand-up. A prancha que tenho é feita especialmente para o alto mar, sob medida. Levo de dois a três litros de água, batata doce, inhame, frutas... É só bater um estalo que não tenho hora para voltar – revela.

Bem humorada, a atleta tem mais amigos na água do que na terra. Há dias em que o encontro é marcado com golfinhos.

– Entro no mar às 7h30 para ver os golfinhos. Tenho carteira da marinha. Portanto, posso entrar na área de reserva ambiental. Gosto de ficar na praia até o fim da tarde para esperar eles voltarem e brincar com eles de novo. Por passar esse tempo todo, fiz muitos amigos na água. Conheço muitos pescadores, donos de lancha, donos de jet ski... todos passam e me cumprimentam. Quando vou em Arraial, os pescadores me oferecem um peixe. Nunca estou sozinha – afirma.

Quanto à qualidade de vida, ela garante que o mar é o fim de qualquer problema.

– Não preciso de psicólogo. Se tenho algum problema, o mar tira. Na minha idade, não vou ficar fazendo tricô. Faço todas as minhas atividades e ainda arrumo tempo para trabalhar. Faço faxina e trabalho na Feira Periurbana em Búzios, na Praça da Ferradura. Tenho que me sustentar – comenta ela, que também faz treinamento funcional.

Graça Lima ouve reclamações de que estaria muito velha para praticar tantos esportes.

– Minha filha sempre reclama que estou muito velha para fazer tanta coisa. Nem ouço. Hoje estou aposentada de competições. Mas, quando participava, não gostava de perder. Acontece que começou a rolar muito dinheiro e não gosto de atropelar ninguém. Competir é importante, mas passar por cima dos outros é ruim – finaliza.