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DESAFIO SOLAR BRASIL

Alunos do IFF de Cabo Frio conquistam competição nacional para barcos movidos por energia solar

Equipe conjunta também contou com estudantes de São João da Barra e do Polo de Inovação

01 abril 2022 - 10h15Por Rodrigo Branco

A sabedoria popular apregoa que a união faz a força, mas às vezes é preciso uma energia extra. No caso, vinda do 'Astro Rei', pois foram os raios solares que ajudaram a impulsionar o barco da equipe formada por estudantes e professores dos campi do Instituto Federal Fluminense (IFF) de Cabo Frio e de São João da Barra, campeã do Desafio Solar Brasil, disputado na enseada da Praia de São Francisco, em Niterói, entre os dias 16 e 22 de março. 

Competindo com outras 13 embarcações construídas por instituições federais de ensino de todas as partes do país, a equipe Solaris foi a que manteve a maior regularidade ao longo da competição, para faturar o primeiro lugar, com 3.900 pontos, contra os 3.770 do segundo lugar, da equipe Arariboia da Universidade Federal Fluminense (UFF); seguida pela equipe Sete Capitães, do campus Campos Centro do IFF, que fez 3.700 pontos.

A confiabilidade do projeto da equipe multicampi fez a embarcação da Solaris ser a única a completar todas as provas sem nenhum problema técnico, além de ter o barco mais eficiente e com maior distância percorrida: 33,1 milhas. O time da Baixada Litorânea conquistou ainda o Prêmio de Inovação Tecnológica 'Fernando Amorim', graças a um sistema de telemetria, por meio de câmeras, desenvolvido para acompanhar em tempo real os parâmetros do barco e tomar decisões estratégicas durante as provas.

Um dos autores do projeto de acompanhamento por telemetria, o aluno Helmuth Dias, do curso técnico em Cozinha do IFF Cabo Frio, relembra que a preparação para a disputa foi complicada por causa pandemia e que a montagem do barco foi finalizada em cima da hora da competição, mais precisamente um dia antes do evento. 

Durante a competição, novo percalço, quando um balde agarrou em uma das hélices e quase tirou o Solaris da prova. Mas a superação prevaleceu. Apesar do equipamento mais modesto em relação ao dos demais competidores, o conhecimento de seu funcionamento foi fundamental para a conquista, na opinião do estudante.

Nós sabíamos das limitações do nosso barco em relação aos outros e esperávamos conseguir no máximo o sétimo lugar. Porém, durante a competição nosso barco foi se mostrando muito forte e consistente, sem apresentar falhas mecânicas, estruturais ou elétricas. E isso foi nos possibilitando distanciar em números de pontos em relação às outras equipes, que enfrentavam diversos problemas com suas embarcações. Quando os outros competidores conseguiram se acertar, já não era mais possível nos alcançar na pontuação e fomos campeões avalia Helmuth.

A equipe foi formada por 17 estudantes Mateus Reynaldo, Leonardo Félix, Davi Portela, Welfer Marques, Helmuth Dias, Saulo de Társio, Thiago Luiz, Maria Eduarda Almeida, Gabriel Rodrigues, Onix Pedra, Guilherme Sales, Liniki Meireles, Livia Azeredo, Diego Oliveira, Luiz Felipe Ramos, Leonardo Félix e Davi Goulart coordenados pelos professores Marlon Oliveira, do campus Cabo Frio, Pedro Henrique Dias de Araújo, do campus São João da Barra, e do servidor Charles Gava, do Polo de Inovação.

Para a concretização do projeto da Solaris, trabalharam integradas as áreas dos Cursos Técnicos de Construção Naval e Eletromecânica, e o bacharelado em Engenharia Mecânica. Marlon Oliveira destacou o trabalho em equipe feito pela Solaris e a importância da competição, em termos de desenvolver novas fontes de energia.

O objetivo do Desafio Solar Brasil é justamente disseminar as energias sustentáveis, principalmente a energia solar. É trazer a concepção de que os meios de transporte podem ser mais sustentáveis. Então a gente consegue desenvolver uma embarcação que navega levando ótima capacidade de carga, levando apenas energia solar. 

O Desafio Solar Brasil é uma realização do Núcleo Interdisciplinar para o Desenvolvimento Social (Nides), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em conjunto com o Laboratório de Fontes Alternativas de Energia (Lafae),  também da UFRJ, e a Engenharia Mecânica da UFRJ/Macaé.