Inaugurado na última terça-feira, o corredor cultural Torres do Cabo traz a memória de um homem que pintou Cabo Frio em forma de poesia. Mais do que isso, levou seus quadros e o nome de sua cidade natal aos diversos cantos do mundo, mas sem esquecer da paixão pelo mar, pelas belezas naturais e, sobretudo, por sua terra. A Casa Legislativa espalha oito de suas 13 mil obras pelas paredes para deixar sua obra ainda mais viva.
Eduardo Garcia Torres nasceu num lugar bucólico como suas telas, a Rua Marechal Floriano, no charmoso bairro São Bento, datava 1933. Logo, logo, começou a mostrar o talento cedo: pintava ainda criança, com pincéis e tinta dados pela mãe. Ali era traçado seu destino.
Os laços com a arte nunca foram estreitos. Ainda pequeno, fugiu com uma companhia circense para o Rio de Janeiro, onde ficaria até completar a maioridade. Nesse tempo, dedicou-se intensamente à pintura. A carreira também mostra trabalhos como cenógrafo no SBT e na Globo, além de contribuições como sambista e poeta. Mas a pintura sempre foi o centro de seu trabalho.
Seu neto e um dos maiores memorialistas de sua obra, o professor Rafael Torres relembra o que pouca gente sabe.
– Torres do Cabo vive nos seus traços, nos seus quadros, na sua pintura. Na passagem do papa pelo Rio, o então prefeito Ivo Saldanha pediu ao meu avô um quadro. Ivo presenteou o papa com o quadro ‘Dunas de Cabo Frio’. Além disso, um amigo veio me contar que encontrou uma obra dele numa escola de aprendiz de marinheiro em Pernambuco. Sou apaixonado por ele. Luto para ninguém nunca esquecer desse grande artista.
Os projetos para resgaste deverão alavancar ainda mais no ano que vem. Dentre eles, o lançamento do livro ‘Pintando Cabo Frio’, um sonho não concretizado pelo artista.
– Um dos projetos é o livro ‘Pintando Cabo Frio’, que ficou na gaveta nesses anos de ausência do artista, mas é um projeto para 2016. Tenho uma ideia de distribuir a ‘Cartilha Torres do Cabo’ para resgate da história dele e de outros artistas da cidade. Para aprendermos a valorização principalmente do cabofriense – comenta Rafael.
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