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Teatro de Cabo Frio pode ser reaberto em agosto

Deteriorado, espaço passa por obras estruturais de emergência

21 abril 2017 - 10h05
Teatro de Cabo Frio pode ser reaberto em agosto

Antes iluminado, o palco agora está às escuras e com as cortinas fechadas. Espaço nobre da arte cabofriense, o Teatro Municipal Inah de Azevedo Mureb está fechado desde dezembro por causa da deterioração das condições estruturais da casa. O jejum de espetáculos, contudo, pode estar com os dias contados. A Secretaria de Cultura planeja reabrir o teatro em agosto, quando completará vinte anos de inauguração. O plano é ambicioso – encenar o Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna – mas até lá muita coisa ainda precisa ser feita. Engenheiros já inspecionam o local e a Prefeitura abrirá licitação para obras emergenciais nas próximas semanas. Ainda não há previsão de orçamento.

 – O trabalho tem sido movido a amor. Vi a casa nascer, engatinhar, dar os primeiros passos, virar adolescente e agora entrar na maioridade em coma, na UTI. Não há outra expressão – resume o diretor do espaço, Ítalo Luiz Moreira, que ocupa o cargo desde setembro, quando assumiu interinamente.

Condição essencial para produção de peças e shows, o sistema de iluminação foi retirado pela empresa terceirizada por falta de pagamento. A aparelhagem de som também, mas outra já foi comprada e será reinstalada depois que as obras ficarem prontas. Parte da tubulação de cobre do sistema de ar condicionado foi roubada, pois ficava exposta na rua, e precisou ser colocada para dentro do prédio. A estrutura que fica sob o palco e as cadeiras da plateia está comprometida por causa dos cupins.

 Embora a reportagem tenha encontrado funcionários da Prefeitura trabalhando para limpar o local, ainda há muito lixo espalhado em meio a restos de cenários de espetáculos encenados meses atrás. Do lado de fora, pichações, fiação exposta, mato alto e um forte odor de fezes deixadas por moradores de rua completam o retrato do abandono. Segundo Ítalo, a situação chegou a esse ponto por falta de manutenção nos últimos anos.

 – O prefeito está muito comprometido em reabrir o teatro. O problema são as condições financeiras que ele encontrou a cidade. As obras serão emergenciais e na parte de estrutura da casa: telhado, parte elétrica, goteiras. A gestão passada só fez uma pintura e esqueceu o res- tante – afirma.

O secretário municipal de Cultura, Ricardo Chopinho, afirmou que já foi concluído um levantamento com todas as irregularidades encontradas, inclusive os objetos desaparecidos, e entregue à Controladoria-Geral do Município. A falta de documentos e de informações, como o borderô de espetáculos realizados nos últimos quatro anos, também foram relatados.