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Jannini, colunista da Folha, lança segundo livro nesta sexta-feira (14)

Livro ‘Grito de Liberdade’, conta história sobre o regime militar

14 agosto 2015 - 09h36

GABRIEL TINOCO

 

Sentada. Amarrada numa ca­deira revestida por zinco e co­nectada a fios de alta tensão. Quando ligado o aparelho elé­trico, choques eram distribuídos pelo corpo inteiro. Parece um cenário de filme de terror, mas era a rotina de uma presa polí­tica nos tempos da ditadura – e de muitas outras, diga-se de pas­sagem. Essa é mais uma das ce­nas aterrorizantes do livro ‘Grito de Liberdade’, publicado pela jovem escritora Jannini Rosa. A cabo-friense narra numa mis­tura entre fantasia e realidade uma triste história de amor nos dolorosos Anos de Chumbo. O lançamento da obra, dividida em dois volumes, será comemorado hoje, no Charitas, às 18h.

Grito de Liberdade estará nas vitrines das livrarias Cultura e Travessa e disponível em www.editoramultifoco.com.br. Cada livro custa R$ 40 e o segundo volume sairá daqui a seis meses. O lançamento contará com apre­sentação musical dos violinistas Tainá Sousa e Luan Monteiro.

A jovem escritora decidiu contextualizar o período históri­co no primeiro volume do livro, com a intenção de situar melhor os leitores. Jannini narra minu­ciosamente a trajetória dos mili­tares antes do golpe numa espé­cie de linha do tempo.

– Eu foco numa linha do tem­po da história do Brasil, na for­mação do caráter anticomunista dos militares. Resgato todas as raízes familiares da personagem Lêda. Já no segundo volume, re­trato mais a adolescência dela, o movimento estudantil, a época de efervescência política. Nessa época ela ainda não era ativa nos órgãos clandestinos, mas passou a ser logo após a morte do com­panheiro dela, que fazia parte da guerrilha – conta.

Grito de Liberdade é uma obra baseada em fatos reais. Ao saber que Jannini estava publicando o segundo livro (com apenas 18 anos), uma mulher que preferiu não revelar o nome sugeriu que a escritora passasse a vida dela para as páginas. A ‘Lêda da vida real’, no entanto, não conseguia relatar direito fatos tão marcan­tes como torturas e desapareci­mentos de amigos.

– Ela não conseguia contar a história direito. Imagine só: tor­turadores a obrigavam a manter relações sexuais diariamente em troca da própria vida. E isso não aconteceu só com ela. Atu­almente, ela possui três tumores no cérebro em decorrência de espancamentos dessa época.

A jovem Leda reforçou o ide­al quando um homem com quem mantinha um intenso relaciona­mento foi assassinado pelos mi­litares.

– Ela chamava o amor de companheiro. Amava muito ele, mas o ideal era a coisa mais im­portante da vida dele. Após a sua morte, ela promete lutar por ele.

Jannini classifica a leitu­ra como um grande “agente de mudança”. A escritora também retrata o feminismo, causa tam­bém abordada em ‘Faces de Ma­lala’, primeira obra dela.

 

*Leia a matéria completa na edição impressa desta sexta (14)

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