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Cultura

Grafiteira cabofriense expõe no Espaço Torres do Cabo

Exposição conta a retrospectiva imagética das obras de Renata Dorea

16 fevereiro 2019 - 11h42
Grafiteira cabofriense expõe no Espaço Torres do Cabo

O Espaço Cultural Torres do Cabo recebe neste sábado (16) como convidada a cabofriense grafiteira – e, como ela gosta de ser chamada, “artivista” – Renata Dorea com a exposição “Muros pelo caminho: Sereias da Mata”.

O evento começa às 19h. Na ocasião, a artista vai finalizar a pintura de um mural que está sendo produzido no espaço no decorrer desta semana. A exposição conta a retrospectiva imagética das obras de Renata Dorea através de fotografias.

“O convite para a exposição no Espaço Cultural Torres do Cabo é uma grande honra. Vai ser uma retrospectiva do meu projeto ‘As Sereias da Mata’, que são 100 sereias negras espalhadas pelo Brasil, que já rolou em Minas Gerais, Salvador, São Paulo, Rio de Janeiro, e agora está chegando aqui em Cabo Frio. Anseio pela união entre tradição e vanguarda a fim de dispor novos traçados na historiografia da arte cabofriense. A partir dessas e de outras iniciativas alcançaremos uma verdadeira valorização da cultura local de uma nova geração de artistas cabofrienses que se faz desejosa de espaço de interlocução com aqueles que tanto contribuíram e ainda hoje contribuem com todo o circuito artístico da cidade”, comenta Renata Dorea, revelando ainda que “o artivismo dialoga diretamente com o acervo de imagens do projeto expográfico da mostra que pretende impulsionar a retrospectiva anunciando imagens que dividem-se em três categorias: processos, desenhos e muros”.

Instalada no salão de entrada do Espaço Cultural, localizado na Avenida 13 de novembro, número 520, Praia do Forte, a montagem está acontecendo desde o dia 9 com o objetivo de iniciar a pintura de um painel em homenagem a Cabo Frio.

A proposta consiste em apresentar as imagens por meio de uma ambientação temática que seja capaz de tecer a compreensão entre o acervo imagético e sua disposição, partindo da rede de pesca, alusão a atividade histórica e patrimônio imaterial da Região dos Lagos, a pesca como elemento de interseção entre o espaço da galeria e os registros para possibilitar ao público a dimensão de uma experiência lúdica da obra de Renata Dorea.

“O graffiti está para a artista Renata Dorea como uma linguagem que lhe permite explorar novas potências formais. O conteúdo ancestral transbordou das telas libertando-se em busca das ruas. Assim, o que antes era pintado na trama agora encontra-se no concreto. As sereias melaninadas invadem a cidade, trazendo para a superfície urbana as camadas históricas recalcadas. Essa reapropriação do espaço urbano não pretende emoldurar a arte mas trazê-la para a vida cotidiana expandindo a percepção construída do que pode ser ou não ser Arte com “A” maiúsculo”, comenta a curadora da exposição, Isabela Assumpção.

Co-fundadora do Laboratório de Descolonização da Universidade Federal de Juiz de Fora e diretora do documentário Afrodites, Dorea se apresenta como “artivista”, na construção de novos repertórios imagéticos que renunciam o discurso colonial.

“O movimento da rua para a galeria faz dessa exposição o anúncio de que a imagem do artista como um ser exótico foi superada na dinâmica da arte contemporânea”, conclui a artista.