O clima ficou tenso agora à noite na Roda Cultural de Cabo Frio, que reúne diversas manifestações artísticas na Praça da Bandeira, Passagem. Segundo informações dos organizadores, fiscais de postura da Prefeitura chegaram para desligar o som e parar o evento. No entanto, os artistas resistiram porque segundo a rapper Taz Mureb, a produção possuía o “Nada Opor” tanto na prefeitura quanto na Polícia Militar.
– Gravamos um vídeo do fiscal ameaçando, dizendo que se não desligássemos o som nunca mais faríamos eventos em Cabo Frio. Vamos chamar a polícia porque temos autorização para estar aqui – protestou.
Antes restrita ao universo do rap e do hip hop, a roda passou a contar, nas últimas edições, com a participação de coletivos de outros segmentos, entre os quais Assim Que a Banda Toca, Caiçara Arts, Laboratório Criativo, Coletivo Raiz e #RapDiMina, este último da rapper e produtora Taz Mureb, idealizadora do evento, em 2012. Para ela, se trata de uma maneira de dar visibilidade ao trabalho dos artistas cabofrienses.
– Em primeiro lugar, quisemos integrar diversos segmentos de artistas da cidade. A gente tem muitos artistas de talento, mas que estão esparsos, cada um fazendo o seu trabalho, e a gente quis uni-los. A gente não tem incentivo governamental, nem empresarial. Não temos muitas casas de show e teatros para nos apresentar. Então, além de integrar os artistas e criar palco e público, queríamos movimentar a cena cultural da cidade – afirmou a rapper, continuando:
– A gente acredita que para uma cidade ter pleno desenvolvimento, tem que começar com Educação. Então como não somos professores, educamos com a arte. A gente está com essa ideia de fazer uma frente artística apartidária. Na verdade, acho que a arte é o único partido que luta a favor do povo – diz, como de costume, sem meias palavras.