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Discaralha completa 21 anos e se prepara para arrastar foliões no carnaval de Cabo Frio

Bloco se concentra na segunda (12) na Praça da Bandeira e ganha às ruas "impreterivelmente às 20h12"

07 fevereiro 2024 - 19h48Por Redação
Discaralha completa 21 anos e se prepara para arrastar foliões no carnaval de Cabo Frio

Um dos blocos de rua mais irreverentes de Cabo Frio, o Discaralha está completando 21 anos, e com toda a alegria e jovialidade própria da idade, está com a corda toda para comandar a folia cabo-friense na segunda-feira (12) de carnaval. O cortejo, segundo a produtora Taz Mureb, tem hora certa para sair: “impreterivelmente às 20h12, conforme tradição do bloco”. E quem quiser acompanhar tudo de perto tem que se atentar em um detalhe muito importante: a concentração é na Praça da Bandeira a partir das 17h, mas o Discaralha não tem um trajeto definido durante o desfile pelas ruas da cidade.

– Isso depende do humor dos músicos e da animação do público. Geralmente a gente sobe a rua Jorge Lossio e depois a Avenida Nilo Peçanha, indo até a Praia do Forte. Mas onde ele acaba, ninguém sabe dizer. Já acabou na Praça Porto Rocha, já acabou no Canal, e também já voltou para o ponto de partida, sempre continuando a folia depois do cortejo – explicou.

Outra característica própria da juventude é o exótico e sugestivo nome do bloco.

– Discaralha tem a ver com a falta de regras, a falta de normas, com o carnaval livre. Por isso o bloco não tem itinerário certo. Na hora a gente sente a energia do cortejo e vai pra onde o vento leva. 

Ainda segundo Taz, “o Discaralha não foi fundado, foi afundado”, e tudo teria começado em 2003 através de uma ideia de André Mureb (Dedé), que se reuniu com Yuri Vasconcelos e outros amigos.

– O bloco surgiu porque uma galera mais nova gostava de tocar e não tinha muito espaço nos blocos maiores. Então pensamos em fazer um bloco mais voltado para o público jovem. Estava todo mundo com seus 20 anos e querendo fazer um bloco com uma cara mais atual. Naquela época a ideia era sair do Portinho, mas só saiu mesmo no Beco do Dedé. Nos anos seguintes começamos a sair do mesmo local do Parókia, pedindo emprestada a estrutura deles, e nos consolidamos na Praça da Bandeira, que é atualmente a sede do bloco. 

Além do nome, o Discaralha tem várias outras marcas que fazem do bloco um verdadeiro sucesso no carnaval cabo-friense.

– Uma das nossas marcas é a irreverência, porque somos um bloco que zoa, que tem essa liberdade de fazer o que quiser, não tem burocracia, não tem subvenção, não tem apoio nem patrocínio: tudo é feito no amor e na garra de quem participa, e a gente se orgulha muito disso porque mostra a resistência que é o verdadeiro espírito do carnaval de rua. E os foliões sentem essa energia e ficam felizes de participar dessa festa. As pessoas esperam o ano inteiro por este dia porque ali todo mundo é livre pra ser quem quiser: não tem julgamentos, é uma grande comunhão carnavalesca. Outra marca é a disposição: às vezes são mais de 6 horas de bloco porque temos alegria e energia diferenciadas. É um carnaval de raiz feito por uma galera mais nova. Tem ainda a marca da qualidade musical: o Discaralha faz ensaio aberto o ano todo, a bateria é excelente, com marcações e paradinhas. É uma bateria profissional, com uma qualidade técnica impecável dos músicos, tanto da bateria quanto do sopro. E o que comprova isso são os inúmeros convites para esses músicos participarem de outros blocos. A agenda fica lotada – contou a produtora.

Atualmente a formação da bateria do bloco é formada por André Mureb e Baby Tardelli no surdão; Luiza Mureb, Pedrinho e Yuri Vasconcelos no tarol e músicos da Banda Santa Helena nos sopros (Airton Ozorio, Artur Corrêa, Reginaldo Mendonça e Ruan Polessa). Tem ainda Murebinho (tarol) e Zarinho Mureb (repinique) representando a velha guarda do carnaval cabofriense. Além da produção, Taz Mureb também costuma puxar o samba em algumas apresentações microfonadas.

– Nos ensaios costumamos ter, às vezes, 10 sopros e mais de 20 ritmistas. E para quem curte, após a folia vamos começar a realizar oficinas de sopro e percussão para formação de músicos para os próximos carnavais – explicou Taz.

Além da alegria, da irreverência e da qualidade musical, o Discaralha costuma atrair centenas de foliões também por sua ideia de resgatar a tradição das marchinhas carnavalescas para as novas gerações, com a utilização de “instrumentos de sopro que trazem essa magia dos carnavais antigos”. 

– Mas também é a cara do bloco apresentar um repertório mais eclético como sambas de enredo até Xuxa e Balão Mágico e de Raimundos a Mamonas Assassinas. Rola de tudo, e a bateria está tão afinada que faz umas viradas incríveis de funk, de marcha rancho, de samba e de axé. Apesar de ser um bloco criado por jovens, o Discaralha se tornou atração para todos os gostos e todas as idades, tendo muitas crianças e também pessoas mais velhas que nos acompanham na diversão -  contou Taz Mureb, convidando todo mundo para seguir o Instagram do bloco (@discaralhabloco).