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Com obras avançadas, Espaço Ateliê de Búzios será aberto em outubro

Último projeto do arquiteto Zanine Caldas terá oficinas e exposições

21 setembro 2015 - 08h00Por Rodrigo Branco
Com obras avançadas, Espaço Ateliê de Búzios será aberto em outubro

Rodrigo Branco

Mundialmente conhecida pelas belezas naturais e pela atmosfera charmosa, Armação dos Búzios também quer começar a ser uma referência no campo cultural. Dona de uma inquieta e interessante cena artística, a cidade se prepara para inaugurar em breve – a atual previsão é no fim de outubro − o aguardado Ateliê Escola de Arte Zanine, ou Espaço Zanine, em homenagem ao celebrado arquiteto baiano José Zanine Caldas (1919-2001), que trabalhou com Oscar Niemeyer e Lúcio Costa.

Ao lado da Prefeitura, o espaço funcionará onde ficava o antigo mercado de artesanato. A ansiedade pela reabertura do local, que está sendo inteiramente reformado, é proporcional ao tempo que o projeto demorou a sair do papel: 12 anos. Fruto de um convênio da Prefeitura com o Governo Federal, as obras chegaram a ser paralisadas por muito tempo, em função de entraves burocráticos, o que chegou a causar descrença na população quanto ao seu término. Mas, retomadas em 2013, as intervenções, enfim, estão próximas da conclusão. 

Na construção, a última projetada pelo homenageado Zanine e que possui  formas e materiais – sobretudo a madeira – que respeitam a arquitetura local, funcionarão seis ateliês para cursos gratuitos que vão durar inicialmente entre três e quatro meses. Estão previstas aulas de escultura em metais diversos; cerâmica; pintura; desenho; gravura; fotografia e design de produtos, entre outros. Além disso, o espaço abrigará exposições permanentes com peças de artistas plásticos de toda a região, possivelmente, de formandos da escola. Para o secretário municipal de Turismo, Alexandre Raulino, a Cultura buziana precisava de ‘uma casa’.

−Isso aqui tem uma dupla função, uma social e educadora, que é a função do ateliê escola de arte, e outra que é da exposição. Então cumprimos um papel social, pois as aulas serão completamente gratuitas para a população buziana e o espaço de exposição é onde o próprio aluno vai ver onde a obra dele pode parar. É para ele se estimular, se interessar, se incentivar a produzir cultura, que produzíamos muito, mas faltava um ponto de irradiação. Na verdade isso é um centroide da arte buziana – avalia Raulino.

Apostando na tendência mundial de fazer da Cultura a mola propulsora do Turismo, Raulino pretende que o ateliê escola faça parte de um eixo que compreenda outros equipamentos culturais da cidade, como o Cine Bardot. A curadoria das exposições, ele garante, ficará a cargo dos próprios artistas, sem interferências políticas. 

Entretanto, independentemente disso, um dos objetivos principais é, na realidade, promover a interação entre artistas e diletantes em animadas e interessantes conversas no Café que funcionará no local. Movimento vital que empolga o futuro gestor do espaço, o artista plástico Luiz Antonio Marangoni.

− A intenção é também promover o encontro de artistas para troca de ideias, de projetos. Era uma coisa que faltava. Há muitos artistas em Búzios, mas cada um em um lugar. A ideia é ser um ponto de encontro. Fora os ateliês e as pessoas que trabalham aqui, muita gente poderá vir para conversar e se inteirar do que acontece – prevê.