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Larico

As histórias de Larico

Coletânea de episódios do Iluminado da Boca do Mato invade livrarias da cidade

10 agosto 2015 - 11h41

Rodrigo Branco

 

 

Para os olhos mais sóbrios, ou mal humorados, as aventuras de Larico de Zezé, menos conheci­do como Olarico José Barbosa, podem parecer nonsense, mas as aventuras do Iluminado da Boca do Mato têm muito mais de crô­nica social de Cabo Frio do que se possa supor. É quando o pri­meiro e único líder espiritual do Tabernáculo da Fé interrompe o polido repórter para fazer uma sessão de benzeção no pobre troca-letras, antes que o papo começasse a ficar sério demais.

O que nem ele com seus po­deres paranormais e o auxílio dos jogos de búzios, zerinho ou um e adedanha podia ima­ginar é que, um dia, suas histó­rias renderiam um livro, ‘Larico de Zezé - O Iluminado da Boca do Mato’ (Sophia Editora, 101 págs., R$ 30). Coletânea surgida de uma compilação de colunas publicadas na Folha ao longo de três anos, a publicação receberá lançamento à altura, hoje, a par­tir do meio-dia, no Costa Azul Iate Clube, na Gamboa, com direito a feijoada e doses fartas de ‘cachorro magro’ (cachaça com limão), a bebida preferida do empata sensitivo, muito mais empata do que sensitivo. Os in­gressos podem ser comprados no clube, na hora do evento, por R$ 45 (não assinante) e R$ 40 (assinante).

– A gente já tinha essa ideia de começar no mercado editorial há algum tempo e já conversáva­mos para que Larico fosse essa primeira experiência. Fiz um curso na Unesp, na Universidade do Livro, em São Paulo, sobre o processo de editoração do livro. Assim o livro de Larico surgiu como cobaia com a ajuda do Thiago Freitas, que foi repórter da Folha, que fez a diagramação e a capa, e o Luis Gurgel, nosso diagramador – explica Rodrigo Cabral, diretor da Sophia Edito­ra, que publica a Folha dos La­gos, sobre a primeira investida no ramo literário.

Sempre acompanhado de um séquito de inseparáveis amigos, ou obreiros, como prefere cha­má-los, o Iluminado da Boca do Mato, inspirado observador do cotidiano da cidade, não deixa barato as trapalhadas da política local e não poupa ninguém dos seus rituais, seja o prefeito, os vereadores, deputados ou secre­tários, ‘moloides’ ou não.

– O que eu acho mais inte­ressante no livro é o fato dele retratar as peculiaridades locais com tom de literatura regionalis­ta: as pessoas e os lugares que se tornaram parte do folclore de Cabo Frio. Tudo isso conduzido por um personagem divertidíssi­mo, o Larico, que eu considero o Macunaíma cabofriense. Ele só não tem preguiça é de jogar pe­dra no telhado – diverte-se Ro­drigo, comparando o sensitivo ao célebre personagem do mo­dernista Mário de Andrade.

Mesmo antes do lançamento oficial, as peripécias de Larico, com prefácio do presidente do Tamoyo Esporte Clube, Ivan Ferreira, já podem ser encontra­das nas prateleiras da livrarias Nobel, no Shopping Park Lagos; Ler & Ver, no Centro e na banca Exótica, na Praça Porto Rocha. Com sua conhecida aversão a la­var louças, siglas e cerveja quen­te. Afinal, Larico é assim mes­mo, mas às vezes é muito pior. Melhor para nós, leitores.