quarta, 24 de abril de 2024
quarta, 24 de abril de 2024
Cabo Frio
33°C
Park Lagos Super banner
Park Lagos beer fest
LANÇAMENTO LITERÁRIO

'A Bíblia e as Finanças': Clésio Guimarães escreve livro sobre o ambiente econômico nos escritos sagrados

Obra foi lançada pela Sophia Editora e está à venda na internet

04 junho 2020 - 10h19Por Redação

‘Se você ler a Bíblia de forma prática, encontrará nela a resposta para várias situações do seu dia a dia. Seja você católico, evangélico, espírita ou ateu’’, comenta Clésio Guimarães, que fez uma releitura dos escritos sagrados sob a perspectiva econômica em obra que acaba de lançar pela Sophia Editora: ‘A Bíblia e as Finanças – O ambiente econômico da Bíblia’. O livro pode ser adquirido no site da editora.  Professor universitário, administrador de empresas e secretário de Fazenda de Cabo Frio, Clésio Guimarães explica que a Bíblia é repleta de assuntos que envolvem a economia, de forma explícita ou implícita. Nesta entrevista à Folha, ele conta como foi o processo de produção da obra e de que maneira os escritos sagrados podem nortear as decisões tomadas no mundo contemporâneo.

Folha dos Lagos - Como teve ideia de escrever o livro?

Clésio Guimarães - No início dos anos 2000, eu escrevia artigos semanais para a Folha dos Lagos. Juntei esse material, que tenho guardado até hoje. Minha ideia sempre foi escrever um livro sobre o tema econômico. Em 2013, fiz um curso de pós-graduação sobre marketing e comunicação empresarial. Meu trabalho de conclusão de curso foi sobre marketing religioso, assunto que será tema do próximo livro que vou lançar, se Deus quiser. Passei 44 anos lecionando. E, apesar de ser formado em administração de empresas, sempre gostei de economia. Lecionava micro e macro economia.  Estudei a Bíblia e identifiquei nela vários aspectos econômicos. A Bíblia é toda recheada de assuntos que envolvem a economia, de forma explícita ou implícita. Quando você fala ‘Noé construiu a Arca’, por trás disso tem todo um aparato econômico: contratação de funcionários, aquisição de matéria-prima... Alinhavei e comecei a escrever devagarzinho. A coisa foi caminhando e culminou com meu sonho de publicar um livro, dentro da minha área e abrangendo a parte bíblica.

Folha - Algo te surpreendeu ao revisitar a Bíblia com esse olhar?
Clésio - Pra gente que está habituado à leitura da Bíblia, quando você lê a mesma passagem duas vezes, tem dois entendimentos diferentes. Por exemplo, agora estou fazendo um estudo sobre o livro de Salmos. E estou descobrindo coisas que muitas vezes não tinha percebido. Nessa ótica econômica, comecei a descobrir coisas que tinha lido, mas não tinha percebido. 


Folha - Em diversos pontos, seu livro dialoga com os dilemas do mundo contemporâneo. De que forma a Bíblia pode nortear e auxiliar os administradores?

Clésio - Tenho guardado comigo uma edição do jornal O Globo, de uns dez anos atrás, com título assim: “os empresários estão descobrindo a Bíblia”. Muitos empresários, de forma intencional, estão aplicando princípios da Bíblia em seus negócios. A Bíblia tem respostas para todas as situações. A Bíblia, na verdade, é um manual de vida. Muitas pessoas colocam  a Bíblia como algo distante. Mas, se você ler a Bíblia de forma prática, vai ter resposta para várias situações do seu dia a dia. Seja você católico, evangélico, espírita ou ateu. Um exemplo: a Bíblia fala que você não deve servir de fiador. Ela fala: “se você caiu nessa armadilha e assinou como fiador de alguém, corra lá, importune a pessoa, até que ela desista e tire seu nome”. Tenho uma experiência própria. Fui servir de fiador anos atrás e tive problemas seríssimos. Tenho até hoje. Não consegui me desvencilhar do problema ainda. A Bíblia diz que você fica “enredado”. Os empresários têm muito que tirar dos ensinamentos bíblicos. Lá encontramos orientações úteis em todas as situações. 

Folha dos Lagos - É possível alcançar os níveis de produtividade impostos pelo sistema capitalista e conciliar, ao mesmo tempo, os conceitos de fraternidade e solidariedade?

Clésio - É possível conciliar perfeitamente. Você vê que muitas empresas, em função de escândalos de corrupção como a Lava Jato, adotaram o que é conhecido como  compliance [normas de ética que norteiam os procedimentos internos nas companhias]. Isso nada mais é do que seguir a Bíblia, fazer o que é correto. É claro, entre aspas, vai diminuir os lucros, mas vai dar mais segurança, senão vai haver problema. O que adiantou, por exemplo, essas construtoras terem ganhado milhões e milhões e, depois, perderem tanto, além de ter colocado seus nomes na lama? Então, é preferível o pouco certo do que o muito duvidoso, em função do futuro. Porque um dia a coisa acontece.

Folha dos Lagos - Num período de pandemia, o mundo se encontra num período muito delicado sob o ponto de vista econômico. Quais as lições podemos tirar da Bíblia nesse momento?

Clésio - A Bíblia nos orienta a sempre fazer uma reserva, guardar alguma coisa. É o ensino da fábula da formiga. A formiga reserva no verão para poder consumir no inverno. Quem fez isso hoje não está tendo problema ainda. Está conseguindo sobreviver. Quem consumiu tudo está tendo problema. A Bíblia nos dá orientação nesse sentido. A cigarra vivia cantando e não se preocupando. Quando chegou o inverno, a formiga tinha mantimentos. E a cigarra não tinha nada. Isso é o que todo empresário tinha que fazer: ter reservas para enfrentar os dias maus. A Bíblia também ensina sobre os dias ruins. 

Folha dos Lagos - Acredita que haverá uma mudança de paradigma após a pandemia?

Clésio - Com toda certeza. Não vamos ser os mesmos depois disso. A dificuldade está nos fazendo criar. Essa criação de alternativas vai permanecer após o período de pandemia.  Creio num Deus provedor. Deus não permitira que isso acontecesse na terra sem que tivesse um fim maior e proveitoso para os homens. Aqueles que aprenderem a lição terão, realmente, vitórias. E aqueles que não aprenderem vão ter, novamente, problemas.

Clique aqui e saiba mais sobre o livro.