quarta, 24 de abril de 2024
quarta, 24 de abril de 2024
Cabo Frio
23°C
Park Lagos Super banner
Park Lagos beer fest
arte

A arte além do centro de Cabo Frio

Projetos nas zonas periféricas levam cultura e esporte às comunidades

14 novembro 2016 - 10h41
A arte além do centro de Cabo Frio

A arte constrói pontes inimagináveis, passa por cima das barreiras do preconceito e mostra até novos caminhos para moradores em Cabo Frio. A Folha buscou os projetos que saem do Centro e atravessam a ponte Feliciano Sodré para entrar nas zonas mais periféricas.
O projeto Tambores Urbanos, que oferece aulas de percussão e esportes para 30 crianças, acontece desde 2008 no bairro Manoel Corrêa. Os tambores começam a rufar às 16h – o término depende do calendário de shows, que podem estender as aulas. O idealizador Jubiabá Brandão, 44, se demonstra satisfeito em expandir o horizonte das crianças da comunidade.
 –Tentamos ajudar a comunidade a melhorar. Não queremos ficar só na conversa. Tentamos, através da música e do esporte, ocupar a mente dos alunos – afirma ele, que tem mais dois professores ajudando no projeto.
O Tá Na Rua Graffiti costuma deixar suas marcas pelas paredes de Cabo Frio. O projeto, hoje liderado pelos artistas Cristiano Cardoso, o ‘Ousado’, Luis Henrique, o ‘Orelha’, e Beatriz Vieira, simplesmente ‘Bia’, atua em diversas escolas dentro e fora do município.
Fora do centro da cidade, o Tá Na Rua já deixou a arte registrada nos bairros Boca do Mato, Itajuru, Jardim Nautilus. Os grafiteiros também estiveram presentes em mutirões organizados por colegas de trabalho na Vila do Ar, no Morubá e na Ponta do Ambrósio.
Muitas vezes taxado de vândalos, os grafiteiros procuram demonstrar justamente o contrário na cidade. O grafiteiro Cristiano Ousado, 33, vê a arte caminhando a passos largos em Cabo Frio.
– Nosso objetivo vem por etapas. A primeira foi apresentar o grafite para nossa cidade. Depois, mostrar que o que fazemos não é vandalismo. Na verdade, temos um intuito mais artístico de conscientização de não violência, sem uma linguagem hostil ou grosseira. Hoje, nosso objetivo avança para o trabalho de passar o conhecimento às gerações futuras, mostrando um novo caminho para um futuro fora da violência cotidiana.
A cultura africana entra no templo candomblecista Ilê Axé Omo Odé Igibo, em Monte Alegre, no próximo dia 20, às 12h. A feijoada, que é em comemoração ao Dia da Consciência Negra, apresentará danças como jongo, coco e samba de roda. As entradas custarão R$ 15.
A casa tem atividades como muay-thai, capoeira, danças, teatro e até mesmo reforço escolar. De acordo com a candomblecista Andrea Tinoco, 47, o templo tem oferecido oportunidades para as crianças, além de abordar o tema da intolerância religiosa.  
– O foco principal é afastar as crianças de contato com as drogas e com a violência. Queremos incentivar a prática do esporte, da cultura, dos estudos e afastar os problemas que estão afligindo muito a juventude. Também queremos desmistificar um pouco a questão da intolerância religiosa. Existe muito preconceito em relação ao candomblé. As pessoas imaginam coisas e não conhecem a nossa religião – desabafa.