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Coluna

Inovação e invenção

28 abril 2023 - 06h00

No início da década de 1960, um desenho animado com o nome de “Os Jetsons”, produção dos estúdios de Hanna – Barbera, fez grande sucesso nos Estados Unidos, espalhando-se depois para o resto do mundo. A ficção, ambientada no ano de 2062, traz os personagens George (Pai), Jane (mãe), Elroy (filho), Rosie (empregada robô), Astro (cachorro) e outros, vivendo diversas situações num mundo tecnologicamente evoluído, onde até mesmo os alimentos eram apresentados sob a forma de cápsulas. Interessante observar que algumas das predições já se concretizaram, como as esteiras rolantes, muito comuns em aeroportos. Recentemente uma reportagem divulgada mostrou a utilização de um robô na limpeza e higienização dos vagões dos trens da cidade de São Paulo.

Lavoisier (1743 – 1794), químico francês, é autor da famosa frase: “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Isso nos leva a concluir que ninguém inventa nada, há apenas o desenvolvimento de um processo de descobertas, um aperfeiçoamento de conhecimentos a que damos o nome de inovação. Platão (428 a.C. – 348 a.C.), filósofo grego, já dizia que: “a necessidade é a mãe da inovação”. Efetivamente, a necessidade de redução de custos, de maior produtividade e eficácia tem impulsionado empresas e cientistas a buscarem inovações em todas as áreas. Há uma corrente que erroneamente atribui à inovação tecnológica o elevado índice de desemprego em muitos países. Se olharmos para a indústria automotiva, veremos que a automação reduziu drasticamente o número de funcionários das fábricas. Porém, o mercado, ao fechar uma porta, abre outras, uma vez que o homem será sempre imprescindível na coordenação e controle dos processos produtivos, sejam de quaisquer segmentos. Elbert Hubbard (1856 – 1915), filósofo e escritor norte-americano, disse certa vez que: “Uma máquina consegue fazer o trabalho de 50 homens comuns. Nenhuma máquina consegue fazer o trabalho de um homem extraordinário”.

Em novembro de 2022 foi lançado o ChatGPT, um protótipo de Inteligência Artificial ajustado com técnicas de aprendizado supervisionado e aprendizado por reforço. Esse sistema tem o propósito de elaborar textos, fazer correções, entre outras funções que demandam esforço mental do homem, inclusive estabelecer diálogo de conversação. Essa ferramenta vai impactar nos meios de comunicação, principalmente no jornalismo.

Na área pública brasileira, pequenos avanços acenam para a inovação, mas falta muito para alcançarmos um estágio ideal. A burocracia, aliada a interesses de grupos corporativistas, apoiada no “status quo”, engessa a máquina, atrapalhando o progresso. Urge que o Estado implante programas de inovações, notadamente na área da administração pública municipal.

Inovar não é inventar, isso já foi dito. Porém, ao adentrar por esse caminho, é preciso saber que enfrentaremos resistências, exigirá quebra de paradigmas, o que de certa forma causa temor em algumas pessoas. Steve Jobs (1955 – 2011), inventor e empresário do setor de informática, disse a seguinte frase: “Inovação é a capacidade de ver a mudança como uma oportunidade, não como uma ameaça”.

Pensar e refletir nos faz exercitar a mente, o que automaticamente nos eleva à sapiência. Porque inovar também é uma forma de superar, e superar significa evoluir, quando evoluímos nos tornamos vitoriosos. Dessa forma, vale salientar a frase de Serena Williams, ex-tenista profissional norte-americana, que diz: “Um campeão não é definido pelas vitórias, mas pelo modo como ele se recupera quando cai”. Como adendo à citação, encerro com a reflexão de Roger Von Oech, palestrante e escritor: “Descobrir consiste em olhar para o que todo mundo está vendo e pensar uma coisa diferente”.