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Coluna

Business

12 abril 2022 - 14h45

De origem inglesa, a palavra “business” significa negócio e, num outro viés, comércio. O mundo sempre foi um “balcão” de negócios. Com a tecnologia moderna disponibilizada e o surgimento do mercado digital, o e-commerce, os negócios se intensificaram absurdamente.

Mas a “arte” de negociar é muito antiga, vem desde os primórdios. Na Bíblia encontramos vários registros da existência de atividades de negócios. No antigo testamento temos referência ao comércio de escravos, grãos, azeite, tecidos e diversas outras mercadorias. Essa atividade é tão aliciante, que nos evangelhos há um relato em que Jesus, ao entrar no templo, se depara com comerciantes fazendo negócios em seu interior. Diz o texto que Ele, “fazendo um chicote com algumas cordas, expulsou a todos, as ovelhas bem como os bois, derramou pelo chão o dinheiro dos cambistas e virou mesas”. Parece que daquele tempo até hoje nada mudou, muito pelo contrário, hoje a Terra é um grande mercado.

Tempos após esse episódio de Jesus no templo, a Igreja Cristã entrou num processo de comercialização em que se vendia de tudo, culminando com a “venda de indulgência”. Chegou a tal ponto que surgiu um movimento composto por pessoas indignadas com aquela situação, gerando como consequência a reforma protestante encabeçada por Martinho Lutero, dando um basta àquelas práticas. O tempo passou, e novamente a história se repete, o comércio voltou às igrejas. Vende-se de tudo, de água santa a lenço abençoado, de areia do Rio Jordão a pedaço de madeira da cruz de Cristo. E ainda há a pregação da “teologia da prosperidade”, onde os fiéis são incentivados a investir (doar) para receber. Tudo em nome da fé.

Da compra e venda da força de trabalho (mão de obra) a objetos pessoais, passando pelo caráter, chegando à própria alma. Tudo tem preço, tudo é negócio.

Byung-Chol Han (1959), filósofo e escritor sul-coreano, disse que: “O hipermercantilismo atual dissolve totalmente a existência humana numa rede de relações comerciais”. Efetivamente, nos dias atuais, a arte de negociar tomou proporções gigantescas, quer pela necessidade criada pela força do marketing, quer pela dependência do homem às facilidades oferecidas pelos fast foods, pelos deliveries, pelos cartões de crédito, pelos descartáveis e pelos aplicativos de compra.

Impulsionado pelo e-commerce, que surgiu nos Estados Unidos em 1994, o mercado digital cada vez mais se expande em vendas de toda sorte de produtos. Se não fosse pela credibilidade da fonte, Correio Brasiliense, seria difícil acreditar na seguinte notícia que foi publicada recentemente: “Influenciadora lucra mais de R$260 mil por semana vendendo pum engarrafado”. Mas ao saber que no Canadá existem três empresas especializadas em venda de vento engarrafado, tudo é possível.

O e-commerce, que é o mercado tem como carro chefe o que se chama de dropshipping, que é uma forma de vender produtos sem tê-los em estoque. Uma dentre as maiores empresas que atua nessa modalidade é a Amazon.com, que nos Estados Unidos domina 50% do mercado, atendendo cerca de milhões de clientes sem ter produtos em estoque.

Mas se de um lado temos os negócios impulsionados pelo mercado digital, por outro ainda guardamos um nicho para a venda de quinquilharias e produtos de baixíssimo preço. Em Juiz de Fora, cidade da Zona de Mata de Minas, todos os domingos realiza-se uma feira de produtos usados. Mas usados mesmo! Tem de dentadura a pneu careca; de sapato velho a motor queimado. Tudo que se possa imaginar. E o interessante é que tem comprador. Aliás, esse tipo de negócio é praticado em várias cidades.

Steve Jobs (1955 – 2011), cofundador da Apple Inc., tinha um conceito muito interessante para negócio: “Meu modelo de negócio são os Beatles. Eles eram quatro caras que conseguiam controlar as tendências negativas um do outro. Eles equilibravam um ao outro, e o total era maior do que a soma das partes. É como eu vejo os negócios: grandes coisas em termos de negócios nunca são feitas por uma pessoa. São feitas por uma equipe de pessoas”.

*Clésio Guimarães é empresário, professor, administrador de empresas e representante do CRA-Conselho Regional de Administração.