Uma festa com direito a fogos de artifício e ritmistas contou com a presença de cerca de mil pessoas incluindo o próprio prefeito e o secretário de Saúde Antônio Carlos Kafuru - Crédito: Reprodução de vídeo do leitor

Um ato de apoio político ao prefeito de Arraial do Cabo, Renatinho Vianna (Republicanos), na noite desta quarta-feira (29), continua a causar polêmica na cidade quase 48 horas depois. Uma festa com direito a fogos de artifício e ritmistas contou com a presença de cerca de mil pessoas incluindo o próprio prefeito e o secretário de Saúde Antônio Carlos Kafuru, provocou aglomeração nas estreitas ruas da cidade, em meio à pandemia do novo coronavírus.

Desde então, não houve outro assunto entre os moradores e vídeos circularam em profusão nas redes sociais e em grupos de WhatsApp. A atitude, que contraria os próprios decretos municipais de distanciamento social, foi alvo de críticas de adversários e também de moradores em geral. A Câmara Municipal chegou a emitir uma nota para repudiar o fato.

A má repercussão obrigou Renatinho a tentar se explicar, nesta sexta-feira (31), nas suas redes sociais. O prefeito cabista alegou que não sabia da movimentação e que participaria apenas de uma reunião organizada por um grupo de mulheres, que foi previamente agendada para tratar de questões do município.

– Seria uma reunião reservada, com poucas pessoas e, para minha surpresa, chegamos lá e nos deparamos com uma multidão, pessoas aglomeradas. Claro que usando as máscaras, mas aglomeradas, o que não é o correto de se fazer. Tentamos evitar, pedimos que dispersassem, para que evitassem aglomeração e fomos o mais breve possível. Mas confesso que fiquei feliz pelo apoio popular, pela iniciativa popular, pela mobilização popular, mas vivemos uma pandemia e temos que ter todos os cuidados necessários e possíveis, lembrando que, enquanto Prefeitura, tomamos todas as medidas desde o início e a prova disso são os baixos índices de nossa cidade – disse, em vídeo postado no seu perfil.

A manifestação de apoio com aglomeração ocorreu horas depois de uma operação conjunta realizada pela Polícia Civil e pelo Ministério Público, para cumprir mandados de busca e apreensão. A operação teve como alvos o próprio prefeito, o vereador Ayron Freixo (Republicanos) e ex-servidores do governo municipal. As autoridades investigam um suposto esquema de corrupção e de fraude em licitações na Prefeitura.