Adiada para o próximo dia 17 a sessão que vai analisar as contas do ex-prefeito Andinho, na Câmara de Arraial do Cabo, referentes ao período do último mandato dele, de 2012 a 2016. As contas já foram previamente rejeitadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). O ex-prefeito de Arraial, no entanto, afirma que não mantém expectativa sobre a sessão e diz que só lhe resta aguardar.
– Não tenho como antecipar nenhum resultado, é o voto de cada um. Apesar de ter ajudado muito a maioria dos vereadores que está lá, não tenho como prever nada – diz Andinho.
Questionado se ele tem procurado os vereadores para manter um diálogo sobre o assunto, Andinho diz que não.
– Tenho mantido a distância para entender qual caminho vão tomar.
Apesar do ex-prefeito preferir manter a discrição, a sessão que analisará as contas dele são fundamentais para o futuro político de Andinho. Caso os vereadores votem contrários ao parecer do TCE, Andinho pode concorrer em eleições a partir de 2020. Se os vereadores rejeitarem as contas, o político ele fica inelegível.
A princípio, no entanto, Andinho já está impedido de concorrer em eleições, pois teve o mandato cassado em setembro de 2016 pelo Tribunal Superior Eleitoral por abuso de poder, três meses antes de concluir o segundo mandato como prefeito em Arraial do Cabo. Apesar do cenário ser incerto, há uma tendência para que os vereadores votem de acordo com a indicação do TCE, pois o prefeito Renatinho Vianna, opositor de Andinho, tem maioria na Casa.
Quanto ao futuro político, Andinho só tem uma certeza:
– Mesmo se pudesse, não seria candidato nestas eleições. Se Deus permitir, volto a concorrer nas próximas eleições municipais em Arraial – finalizou.
Em Búzios, Câmara ignora parecer do TCE
A Câmara de Búzios ignorou o parecer prévio dado em novembro do ano passado pelo Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ) e aprovou na última quinta, em sessão extraordinária, a movimentação financeira de 2016 da prefeitura. O placar de 7 a 2 a favor da aprovação das contas do prefeito André Granado foi construído com a ajuda decisiva da base governista.
Apenas o presidente da Casa, João Carlos Alves, o Cacalho (DEM), e Gladys Costa (PRB) optaram por seguir a orientação do TCE-RJ. Valmir Nobre (PRB), Joice Costa (PP), Lorram Silveira (PP), Miguel Pereira (MDB), Dida Gabarito (DEM), Niltinho (MDB) e Josué Pereira (PHS) votaram contra o parecer. Segundo Lorram, a reprovação do TCE-RJ aconteceu por questões técnicas e que a cobrança para que a Câmara faça a mesma coisa acontece por causa de eventuais deficiências no atendimento à população, principalmente na Saúde e na Educação.
– O motivo da rejeição foi unicamente por causa de um erro no quadro de detalhamento de despesas processadas e não processadas – argumentou o parlamentar governista.
Para o presidente Cacalho, que se licenciou momentaneamente da presidência para votar, o relatório do Tribunal de Contas não poderia ter sido ignorado.
– O TCE é responsável por auxiliar os vereadores na votação das contas. Não posso rejeitar esse auxílio – pontuou.