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Economia

Região dos Lagos perde mais de mil vagas de trabalho em março

​Em Cabo Frio, 390 empregos com carteira assinada foram extintos

25 abril 2019 - 10h34

O começo do ano é de bastante dificuldade para quem busca uma colocação no mercado de trabalho ou mesmo tenta se manter nele. Seguindo a tendência nacional, a Região dos Lagos perdeu vagas de emprego em março (quando o número de demissões supera o de contratações), de acordo com os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados ontem pela Secretaria do Trabalho do Ministério da Economia.

Contando os sete municípios que fazem parte da região, no terceiro mês do ano, as empresas realizaram 2.390 contratações e 3.661 demissões, o que representou a extinção de 1.271 vagas de trabalho. No mesmo mês de 2018, o resultado também foi negativo, mas naquela ocasião foram ceifadas 522 postos de trabalho.

Entre janeiro e março, a perda de vagas foi menos expressiva, mas também preocupante: foram feitas 9.028 contratações e concretizadas 9.496 demissões, o que significou o fechamento de 468 postos de emprego com carteira assinada.

Em 2018, também no primeiro trimestre, foram extintas 876 vagas. Cabo Frio registrou, em março, 1.025 admissões e 1.646 dispensas, o que resultou em um resultado negativo de 390 vagas. Nos trtês primeiros meses do ano, o saldo negativo foi de 728 postos de trabalho, em função das 3.576 contratações e das 4.304 demissões formalizadas pelas empresas cabofrienses.

Aumentando o campo de pesquisa para os últimos 12 meses, foram registradas na cidade 13.859 contratações e 14.169 demissões, o que deixou a balança negativa em 310 vagas.

Já em São Pedro da Aldeia, o mercado formal teve resultado negativo de 136 vagas no mês passado, quando foram computadas 294 admissões e 430 dispensas. No primeiro trimestre, a situação muda de figura no município aldeense, que criou 125 vagas (1.316 contratações e 1.191 demissões).

Em Arraial e Búzios, os indicadores ficaram no vermelho. O município cabista perdeu 66 empregos de carteira assinada em março (90 contratações e 156 demissões) e 21 vagas no primeiro trimestre (396 admissões e 417 dispensas).

No balneário buziano, os números são ainda mais preocupantes: saldo negativo de 407 postos de trabalho em março (318 contratações e 725 demissões) e 141 vagas a menos entre janeiro e março (1.544 contratações e 1.685 demissões). Os números negativos são puxados pelo desempenho do comércio atacadista e varejista.

Em março, o setor perdeu 667 postos de trabalho, ao contratar 910 trabalhadores e demitir outros 1.577. Os principais municípios da região tiveram desempenho ruins no segmento: Cabo Frio (-370 vagas); Búzios (-123); São Pedro da Aldeia (- 62) e Arraial do Cabo (-16).

Nos três primeiros meses do ano, que corresponde basicamente á alta temporada, a empregabilidade no setor foi ainda pior. Em toda a região, 804 postos de trabalho foram fechados (3.532 contratações e 4.336 demissões). Em Cabo Frio, o saldo negativo foi de 712 vagas de emprego, com 1.348 admissões e 2.060 desligamentos.

Em Búzios, foram 360 admissões e 2.060 demissões (- 144). Curiosamente, Arraial e São Pedro tiveram desempenho positivo no setor: o município cabista gerou uma vaga (122 contratações e 121 demissões) e o aldeense, 19 postos de trabalho (628 admissões e 609 demissões).

Nos outros setores, março também foi um mês negativo na região: Construção Civil (-87); Serviços (- 515) e Agropecuária ( -6).

Contudo, no acumulado do ano, impulsionado pelo verão, o setor de Serviços criou 297 vagas. Agropecuária teve 47 postos de trabalho criados, enquanto a Construção Civil perdeu 24 empregos de carteira assinada.

Para a empresária Patrícia Cardinot, presidente da Associação Comercial, Industrial e Turística de Cabo Frio (Acia), para dar a volta por cima, a
cidade precisa ‘se reiventar’ e ‘não viver apenas de praia’.

– Ela tem que ser cuidada e zelada em todas as suas pendências e necessidades que parecem até simples, como tapar os buracos espalhados pela cidade. Isso gera a vinda de turistas pra cidade. Não há grandes eventos, mas também não tem pequenos, ou seja, não estamos tendo nada de atrativo na cidade para atrair turistas. As cidades vizinhas fazem show e aqui, nada absolutamente. Nem a tradicional apresentação da Via Sacra, que sempre atraiu muita gente para cidade. É preciso incentivo fiscal para atrair indústrias e gerar empregos. Não podemos viver só da praia para atrair o turista; precisamos de mais ações – avalia.

No Brasil, o mercado formal apresentou saldo negativo em março. Foram fechadas 43.196 vagas de emprego, consequência de 1.261.177 admissões e 1.304.373 desligamentos. Já que no acumulado do ano (janeiro a março) houve saldo positivo de 179.543 vagas. O emprego foi positivo em oito estados: Minas Gerais (5.163 postos); Goiás (2.712); Bahia (2.569); Rio Grande do Sul (2.439); Mato Grosso do Sul (526); Amazonas (157); Roraima (76) e Amapá (48).

Os maiores saldos negativos foram registrados em Alagoas (-9.636 postos); São Paulo (-8.007), Rio de Janeiro (-6.986); Pernambuco (-6.286) e Ceará (-4.638).