O cenário de incerteza política e econômica do país refletiu-se fortemente na questão do emprego em Cabo Frio no primeiro semestre do ano. Segundo os dados que acabam de ser fechados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, de janeiro a junho de 2017, 7.268 pessoas foram demitidas no município. No mesmo período, foram admitidos apenas 6.378 funcionários, o que resultou em saldo negativo de 890. Ou seja, na prática, 890 empregos de carteira assinada foram extintos na cidade.
Somente em junho, 1.057 pessoas foram despedidas dos seus empregos, 964 admitidas e 93 postos de trabalho fechados. Contudo, o pior desempenho foi em março, mês que coincide com o fim da alta temporada, marcado pelo grande número de dispensas. Naquela ocasião, foram registradas 893 contratações e 1.428 demissões (saldo negativo de 535). O único mês em que as admissões superaram as dispensas foi abril: foram 970 e 939, respectivamente (31 vagas de trabalho criadas).
A tendência está longe de se restringir à Cabo Frio. Nos sete municípios da Região dos Lagos, na primeira metade de 2017, foram registradas 17.912 demissões. Por outro lado, ocorreram 15.684 contratações, o que significa que 2.228 vagas formais de emprego foram exterminadas no período. À exceção de Arraial, todas as cidades tiveram mais demissões do que admissões neste ano. Mas o exemplo cabista não anima muito, pois o saldo positivo é de somente uma vaga (659 contratações e 658 dispensas).
Entre os setores que mais desempregaram este ano, o comércio lidera. Das dez funções em que houve mais demissões em Cabo Frio, quatro são desse setor: vendedor de comércio varejista; operador de caixa; atendente de lanchonete e repositor de mercadoria. Com a aprovação da reforma trabalhista no Senado Federal, semana passada, o presidente da Associação Comercial e Industrial de Cabo Frio (Acia), Eduardo Rosa, acredita em uma recuperação, mas só a partir do fim do ano. As mudanças na legislação começam a valer apenas 120 dias após a sanção do presidente Michel Temer, ocorrida no último dia 13.
– Infelizmente, de julho a setembro, há uma retração, uma diminuição das vagas. A expectativa é que comece a melhorar em outubro. No fim do ano, tem o pré-Natal e as férias. Além disso, a questão política no Congresso tem deixado o empresário receoso para investir – avalia.
Se na região, o horizonte ainda é nebuloso, em termos nacionais, ele começa a clarear. Em junho, foram geradas 9.821 vagas em todo o país. Pelo terceiro mês consecutivo, o indicador teve resultado positivo: 1.181.930 admissões e 1.172.109 demissões. No acumulado nacional, no primeiro semestre, foram gerados 67.358 empregos formais.
Confira os números dos municípios da região entre janeiro e junho de 2017:
Admissões Demissões Diferença
Cabo Frio 6.387 7.268 -890
Arraial do Cabo 659 658 + 1
São Pedro 1.643 1.689 -46
Búzios 2.135 2.481 -346
Araruama 2.483 2.970 -487
Iguaba Grande 202 263 -61
Saquarema 2.184 2.583 -399
Total 15.684 17.912 -2.228
