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Cabo Frio perde 605 empregos com carteira assinada no primeiro semestre

Por outro lado, município mostrou sinais de recuperação em junho

29 julho 2019 - 20h42Por Rodrigo Branco I Foto: Arquivo Folha
Cabo Frio perde 605 empregos com carteira assinada no primeiro semestre

As filas de pessoas em busca de emprego em Cabo Frio encontram eco na frieza dos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que é vinculado ao Ministério da Economia. No primeiro semestre do ano, segundo os dados oficiais do Governo Federal, o município perdeu 605 vagas de emprego com carteira assinada, o que representa uma média de pouco mais de 100 postos de trabalho fechados por mês. Ao todo, foram computadas 6.844 contratações e 7.449 dispensas pelo órgão federal.

Em 2018, durante o mesmo período, foram extintos 471 postos de trabalho (6.487 admissões e 6.958 demissões). Um desaquecimento no mercado de trabalho que chega a 28% de um ano para o outro. Os números representam a diferença entre o número de contratações e de demissões feitas pelas empresas cabofrienses.

Apesar do número ruim, o desempenho é um pouco melhor do que de outros anos anteriores, no período entre 2015 e 2017, quando a cidade perdeu, em média, 940 empregos formais nos seis primeiros meses do ano. Em 2019, o setor que mais contribuiu para deixar a estatística ano vermelho foi o comércio, historicamente dependente da alta temporada. Sozinho, o setor foi o responsável pela perda de 857 empregos formais. As lojas e estabelecimentos da cidade contrataram, entre janeiro e junho deste ano, 2.639 pessoas e demitiram 3.496. Outro segmento que vive dias de inércia é o de construção civil, que extinguiu 89 vagas de trabalho formal (108 contratações e 197 demissões).

Na parte de cima da gangorra, o destaque é a indústria de transformação, que gerou 250 vagas com carteira assinada na primeira metade do ano. Nesse período, foram contratadas 485 pessoas e outras 235 foram demitidas. O setor de serviços, ligado à hotelaria e turismo, gerou 22 vagas formais de emprego. Contratou muito (3.424), mas demitiu praticamente na mesma proporção (3.402). O setor de agropecuária, extrativismo vegetal, caça e pesca também ficou no azul: 34 vagas criadas (97 admissões e 63 dispensas).

Também no primeiro semestre, a Região dos Lagos, como um todo, perdeu 596 postos de trabalho. Já no Estado do Rio de Janeiro, foram ceifados 5.725 postos de trabalho. Segundo o  Caged, o país caminha na contramão: foram 374.433 empregos criados apenas nos seis primeiros meses deste ano.

Mas nem tudo é lamúria quando se trata do cenário do emprego de um município mergulhado numa crise administrativa há, pelo menos, quatro anos. Levando-se em conta apenas o mês de junho, Cabo Frio teve o melhor desempenho dos últimos cinco anos. As firmas cabofrienses geraram 155 empregos apenas no sexto mês do ano, dando sinais de reação no mercado de trabalho. Foram 1.199 contratações e 1.044 demissões nos 30 dias do mês. Em 2018, a balança ficou positiva em 43 empregos (1.104 admissões e 1.061 demissões). Um aumento de 260% de um ano para o outro.

A indústria de transformação deu mostra de vigor e fechou o mês de junho com 281 vagas abertas (304 contratações contra apenas 23 demissões). O segmento de serviços abriu 51 postos de trabalho (511 admissões e 460 dispensas). Comércio foi o destaque negativo, com o fechamento de 140 postos formais de trabalho, seguido pela construção civil, que perdeu outras 22 vagas.